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Sem José Jorge, debate é esvaziado e governo culpa secretário executado por atraso em kits

Titular da pasta de Educação alegou compromisso em São Paulo para não comparecer ao encontro com vereadores; parlamentares classificaram ato como ‘falta de respeito’ com o Legislativo

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O debate promovido pela Câmara de Vereadores para discutir os problemas na rede municipal de ensino, na sessão ordinária desta segunda-feira, foi marcado pela ausência do secretário de Educação, José Jorge Alves Teixeira – o que irritou a maioria dos vereadores – e pela tentativa de imputar ao ex-secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo, – executado com pelo menos 13 tiros em dezembro do ano passado – a culpa pelo atraso na entrega dos kits escolares. Autor do requerimento que convocou os representantes do Poder Executivo, o vereador Levi Tosta até sugeriu, em vão, a realização do debate numa nova data.

O prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, enviou ofício ao presidente da Câmara, Elvis Garcia, o Pelé, informando que o secretário de Educação não compareceria ao debate pois participaria, no mesmo horário, de uma audiência na Secretaria Estadual de Turismo “visando a inclusão de disciplina eletiva na rede municipal, considerando a vocação histórica de Nova Odessa em razão das origens da sua fundação”. “Eu gostaria de pedir aos nobres pares, que nós marcássemos uma nova data. Eu vejo que ficou prejudicado o debate de hoje, já que eu tenho aqui as minhas indagações e gostaria que ele (José Jorge) respondesse”, afirmou Levi.

Pelé foi além e disse que a atitude de José Jorge poderia ser encarada como “falta de respeito”. “Considerando que esse debate já está agendado há um bom tempo, eu entendo que faltou, por parte do secretário, respeito com essa casa legislativa”, reclamou o presidente. “Se o próprio autor (do requerimento) está pedindo porque ele queria a presença do secretário, que assim seja”, endossou Paulo Bichof. “Entendo da mesma forma. O debate é valoroso com a presença do responsável pela pasta”, disse Wagner Morais. “Não vejo problemas em seguir com o debate, mas reitero a falta de respeito por parte do secretário. Quem tem que vir e não vem, é porque tem medo”, afirmou Silvio Natal. Já o vereador Antonio Alves Teixeira, que é irmão do secretário de Educação, saiu em defesa do titular da pasta e ressaltou a experiência do secretário-adjunto Assis das Neves Grillo, que compareceu ao debate. “Esse debate não traria nenhuma resolução para amanhã. Acho que seria um desperdício a gente perder esse horário só porque o secretário não está aqui”, justificou o vereador, líder do governo Leitinho na Câmara.

KITS

A não entrega dos kits escolares – pelo segundo ano consecutivo – aos alunos da rede municipal de ensino, foi um dos temas abordados durante o debate. E sobrou até para o ex-secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo, que foi executado com pelo menos 13 tiros no final do ano passado, num crime ainda envolvido em mistério. Também presente ao debate, Robson Fontes Paulo, nomeado por Leitinho como o novo secretário da pasta, disse que seu antecessor tinha um perfil “muito centralizador”, o que atrasou o trâmite do pedido feito pela Secretaria de Educação para a compra dos kits. “Não se trata de querer apagar o passado, mas o então secretário de Governo (Russo) tratava as coisas de uma forma muito centralizadora. A requisição do kit escolar, que a Educação solicitou em setembro (de 2021) foi encontrada no dia 14 de dezembro em sua mesa, sendo que ele faleceu no dia 6 de dezembro. Somente a partir do dia 14 de dezembro é que a requisição começou a tramitar”, justificou Robson.

Ainda sobre os kits, Grillo explicou que a ideia é finalizar a licitação somente no mês que vem. “Temos uma dificuldade de aquisição porque a maioria dos produtos estão no mercado são chineses e existe uma parada no fornecimento ainda por conta da pandemia e também em relação à qualidade dos produtos. Então, não é de uma hora pra outra (que a licitação será encerrada)”, explicou o secretário-adjunto de Educação.