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Prefeitura de Nova Odessa erra e faz falsa comunicação de morte por dengue ao Estado

Gestão Leitinho enviou informações equivocadas à Secretaria Estadual de Saúde dizendo erroneamente que mulher havia morrido após contrair dengue na cidade; ‘Vigilância fez digitação equivocada’, diz Prefeitura

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Paulo Medina
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A Prefeitura de Nova Odessa comunicou uma falsa morte por dengue ao governo estadual ao informar a Secretaria Estadual de Saúde que uma mulher na faixa etária entre 35 e 49 anos teria morrido após complicações da doença. A falsa morte por dengue constou no Painel da Dengue alimentado pelo governo paulista com dados da Vigilância Municipal de Saúde e chegou a entrar nas estatísticas oficiais da doença em todo o Estado. O município tem três mortes suspeitas de dengue que são investigadas.
Em nota, a Prefeitura de Nova Odessa informou que cometeu “erro de digitação”. “Trata-se de um erro de digitação (…) O painel do Estado é alimentado, segundo Paula Mestriner, diretamente pelas informações que as Vigilâncias Epidemiológica Municipais digitam. Ontem (terça-feira), a equipe da nossa Vigilância havia feito uma notificação (uma “digitação”) equivocada, que apareceu no painel de hoje. Isso foi corrigido hoje, e portanto o painel de amanhã deve voltar a “zero óbitos” para a cidade”, informou a Prefeitura. A morte lançada erroneamente como confirmada ao Estado é na verdade um dos óbitos suspeitos e que estão em apuração pelo Instituto Adolfo Lutz.
Nova Odessa contabiliza três mortes pela doença em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz e dobrou o número de casos graves, passando de dois para quatro, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Nesta quarta, foram confirmados 1.886 casos de dengue, aumento de 8,3% em 48 horas. Na segunda-feira, eram 1.740 casos. Atualmente, Nova Odessa possui 42 moradores em quadro de atenção, que podem evoluir para o quadro mais grave da dengue.
A dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, apresenta sintomas que vão desde febre alta e dores no corpo até complicações mais graves, como hemorragias. O combate ao mosquito transmissor torna-se, portanto, uma missão crucial para conter a propagação dessa epidemia e proteger a saúde da população.
Diante desse cenário, é imperativo que as autoridades locais intensifiquem as medidas de prevenção e controle da dengue, promovendo campanhas de conscientização, mobilizando recursos para a eliminação de focos do mosquito transmissor e garantindo o acesso da população aos cuidados médicos necessários.
O Jornal de Nova Odessa mostrou em março que a cidade contava com apenas quatro agentes de endemias para vistoriar mais de 19,2 mil casas, uma média superior a 4,8 mil residências por funcionário em plena epidemia. A cidade ainda declarou estado de emergência no mês passado.
Epidemiologistas apontam para o pico da doença que perdura em abril até o mês de maio e pedem ao poder público e população a intensificação de ações de combate a criadouros do mosquito da dengue.
A Prefeitura informou que as ações contra o mosquito da dengue em Nova Odessa “são diárias, com o trabalho de “BCC” (Busca Casa a Casa) realizado pela equipe do Setor de Zoonoses, além dos mutirões de recolhimento de materiais inservíveis e orientação da população em bairros específicos aos sábados”.
“Está em andamento ainda o Projeto “Aedes aegypti: não deixe este mosquito morar na sua casa”, que leva informações sobre o inseto e sobre a doença para alunos da Rede Municipal de Educação”.
A Secretaria de Educação de Nova Odessa – que atende a 5.300 alunos de zero a 10 anos de idade, em 25 unidades – adotou neste ano um material didático especial sobre a dengue: livros com informações para os alunos levarem para casa sobre como combater o mosquito transmissor da doença. Além de ter promovido manhãs de “portas abertas” e apresentação de projetos dos alunos para as famílias e comunidades atendidas no mais recente “Dia D” regional contra o mosquito, 23/03. “Foram feitos dois Mutirões Voluntários Contra a Dengue, mobilizando dezenas de servidores em duas regiões da cidade, em dois sábados, para orientar a população. Por fim, teve início na semana passada a vacinação contra a dengue de crianças de 10 e 11 anos da cidade, nas 7 UBSs de Nova Odessa”, diz.