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Polícia Civil prende dupla suspeita de aplicar ‘golpe do cupim’ em moradores da cidade

O possível golpe havia sido denunciado recentemente pela Guarda Civil Municipal

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A Polícia Civil de Nova Odessa identificou, localizou e prendeu no início da manhã da segunda-feira (19/04), no Jardim Paulicéia, em Piracicaba, dois suspeitos de terem aplicado o golpe do cupim em vítimas de Nova Odessa. O possível golpe havia sido denunciado recentemente pela Guarda Civil Municipal de Nova Odessa, que atendeu uma ocorrência em março e apresentou as informações na Delegacia do Município.

Ambos são moradores de Piracicaba. Foi preso em sua residência I.P.S., de 23 anos, enquanto o segundo suspeito, C.L.S., de 55 anos, encontra-se internado, mas também foi localizado. Também foram apreendidos celulares e um veículo VW Quantum CL 2000 ano 1989 de cor azul – o mesmo veículo cuja descrição feita por uma vítima ajudou na elucidação do caso. Segundo o relato da Polícia Civil, os policiais que fizeram as prisões cumpriam mandado de prisão temporária expedido contra os dois suspeitos, bem como de busca e apreensão em dois endereços autorizada na mesma decisão judicial. O mandado foi expedido pela juíza Michelli Vieira do Lago Ruesta Changman, da 2ª Vara de Nova Odessa, no último dia 16 de abril.

“Os policiais civis deram cumprimento à referida ordem judicial, procedendo-se com buscas pelos endereços acima especificados, sendo localizados e apreendidos os objetos descritos”, traz o BO. No primeiro endereço, eles localizaram I. e foram informados que C. estava internado em um hospital de Piracicaba com suspeita de Covid-19. De fato, o segundo suspeito encontra-se internado, entubado e inconsciente por complicações decorrentes da doença, e por isso foi colocada vigilância e escolta junto ao preso internado. I. foi recolhido a uma prisão, ficando à disposição do Poder Judiciário.

O GOLPE

O golpe havia sido detalhado pela GCM da Prefeitura de Nova Odessa. Segundo informações da corporação, pelo menos três pessoas do município já foram vítimas dos supostos estelionatários, que se passam por especialistas em controles de pragas e abusam da boa-fé das vítimas para subtrair valores. O mais recente foi registrado no dia 29 de março. De acordo com informações do boletim de ocorrência, por volta das 9h, três pessoas foram até a residência da vítima, no Jardim Santa Rosa, e informaram que estavam fazendo um trabalho no telhado da empresa vizinha. O trio disse para a vítima que o telhado da sua residência poderia desabar. O proprietário, num primeiro momento, afirmou que não tinha dinheiro, mas os golpistas insistiram e conseguiram entrar na casa para “vistoriar o telhado”. Em poucos minutos, eles apresentaram um pedaço de madeira podre afirmando ser do telhado da casa da vítima, que estaria “infestado de cupins”. Com receio que o telhado realmente poderia desabar, o homem ligou para a esposa e acabou autorizou a realização do suposto serviço.

O trio destacou que, para realizar o serviço, era preciso receber uma parte em dinheiro vivo e o restante, no cartão de crédito. Segundo o Boletim de Ocorrência, a vítima se sentiu acuada e acabou pagando R$ 2,5 mil a vista, em dinheiro, e efetuou o restante do pagamento com três cartões de crédito. Sem conhecimento do total de parcelas lançadas, pois a máquina não oferecia comprovante de papel, o trio aplicou no primeiro cartão 12 parcelas de R$ 341,25, no segundo parcelaram em cinco vezes de R$ 657,78 e no terceiro, foram mais 12 vezes de R$ 243,75, totalizando R$ 12.808,90.

Além do serviço no telhado, os suspeitos falaram que fariam diversos trabalhos na residência da vítima, como a troca de toda a parte elétrica, pois segundo o trio a rede existente poderia “causar incêndio”, bem como que exterminariam os cupins que supostamente estariam nos fundos da casa. Nenhum dos serviços foi realizado e tampouco foi apresentada nota fiscal ou qualquer outro documento.

A vítima alegou que só descobriu o tamanho do “rombo” em seus cartões de crédito após solicitar os extratos bancários. Os três suspeitos estavam em dois veículos – uma VW Parati de cor preta e um VW Santana Quantum, ambos com placas de Piracicaba. A vítima repassou todas as informações sobre os veículos para os guardas, e eles para a Polícia Civil, inclusive um número de telefone celular que supostamente seria de um dos integrantes do bando. Durante patrulhamento, a Guarda Civil Municipal localizou os veículos, e o trio foi identificado. A partir de então, a investigação sobre o suposto foi conduzida pela Polícia Civil da cidade.