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Moradores do Guarapari sofrem com fumaça há 15 dias

Fogo no viveiro municipal foi controlado, mas material continua queimando

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Há 15 dias os moradores do bairro Recanto do Guarapari estão sendo castigados pela fumaça e pela fuligem do incêndio que atingiu o Viveiro Municipal, instalado no bairro, no dia 21 de agosto. De acordo com os moradores, apesar do fogo ter sido controlado um dia depois do incêndio, o incômodo pela fumaça permanece.
Os moradores também afirmam que, apesar do incêndio, a prefeitura continua depositando restos de podas e galhos no viveiro, enquanto proprietários de chácaras e pessoas que trabalham com podas estão proibidos de fazer descartes no local.
Valdir do Prado e Bernardino Fernandes são proprietários de chácaras no bairro e afirmam que é necessário ter um local para o descarte desse tipo de material, mas com a devida fiscalização para evitar abusos. “Deveria ter um guarda aqui para que fosse descartado apenas resto de poda”, afirmou Prado.
“Mesmo com tudo fechado pra dormir é difícil”, completou Fernandes, que mora no bairro há mais de 20 anos. Ele relata que o descarte no local começou há cerca de oito anos e que em 2017 outro incêndio já havia sido registrado. “Nós estamos alertando o prefeito para que encontre outro local, porque aqui é um bairro de moradia, mas ele não toma providência”, completou.
A reportagem do JNO esteve no bairro na manhã de ontem e constatou os problemas relatados pelos moradores há duas semanas. O cheiro de fumaça causa mal estar e contamina casas e carros que ficam próximos ao viveiro. Além disso, com o vento, a fuligem também toma conta do bairro.
A empresária Rosângela Piconi, que mora no bairro, afirmou que a fumaça está “insuportável” e que a situação fica pior à noite. “Eles falam tanto do erro da antiga administração, mas eles também continuam fazendo o mesmo erro porque todos os dias estão chegando caminhões com galhos no viveiro”, afirmou.
“Nós, moradores aqui do bairro, vamos ter consequências graves para a nossa saúde porque estamos respirando esta fumaça há vários dias. Acordo todos os dias com dor de cabeça e com o nariz muito seco”, acrescentou.

DENÚNCIA NA CETESB
O vereador Wagner Morais, que também esteve no bairro depois do incêndio, fez uma denúncia na Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
A Cetesb encaminhou a denúncia para a Secretaria de Meio Ambiente de Nova Odessa, mas o vereador não recebeu retorno sobre as ações que serão adotadas para amenizar a poluição ambiental que causa transtornos aos moradores.

INVESTIGAÇÃO
No dia 25 de agosto a Prefeitura de Nova Odessa registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil para apuração das causas do incêndio no viveiro. A perícia esteve no local.
A assessoria de comunicação da Prefeitura informou também que “a fumaça ainda é decorrente da queima lenta do material orgânico incendiado no último dia 21/08, como é comum em situações assim. O trabalho de rescaldo continua diariamente no local. A Polícia Civil já realizou, inclusive, a perícia a partir do BO registrado pela Prefeitura para apurar a autoria possivelmente criminosa do incêndio. Desde o início do ano, não há mais “despejo” de restos de poda no Viveiro, apenas o trabalho de trituração em máquina existente no local para produção de adubo via compostagem” finaliza a nota.