Realizada sem licitação e custando quase R$ 1,4 milhão aos cofres públicos, a reforma da ponte localizada na Rua Sigesmundo Anderman, ao lado do Ginásio de Esportes do São Manoel e em frente ao Parque Linear do 23 de Maio, literalmente “afundou” antes mesmo de ser entregue oficialmente pelo prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho. A “inauguração” da ponte estava prevista para acontecer neste sábado, porém, nesta quarta-feira, o local amanheceu com diversos problemas após dois dias de chuvas fracas na cidade. O asfalto e bocas de lobo afundaram, o guarda-corpo apresenta inúmeras e grandes trincas e houve o desmoronamento do muro de contenção. Tubos de concreto e muito entulho foram parar dentro do Córrego Capuava. O local já estava liberado para o tráfego de veículos e foi interditado por equipes da prefeitura.
Recentemente, o prefeito Leitinho esteve no local e se mostrou contente com o que viu. “Está ficando muito bom, um trabalho muito bem feito”, disse ele, na ocasião. Diversos vídeos mostrando os problemas estruturais na ponte viralizaram nas redes sociais e também foram encaminhados à redação do JNO. A reportagem encaminhou as imagens para um engenheiro. “Olhando assim, não dá para saber ao certo tratar-se de falha no projeto ou na execução dos serviços, mas com toda certeza houve negligência na fiscalização do setor de engenharia da prefeitura e falta de cobrança do prefeito para com seus subordinados. A verdade é que o local apresenta problemas de afundamento do asfalto e da boca de lobo, trinca na parede que serve como guarda corpo e, mais grave ainda, desmoronamento no muro de contenção. É possível observar no local, tubos caídos dentro córrego e muito entulho. Toda essa destruição aconteceu com uma leve chuva que ocorreu ontem. Ficamos aqui imaginando se a tivesse ocorrido uma chuva com volume considerável”, afirmou o profissional, que pediu para não ser identificado.
A construção da nova ponte sobre o Córrego Capuava foi iniciada no final de abril e custou aos cofres públicos quase R$ 1,4 milhão. A contratação da empresa responsável pela obra – Motto Engenharia – foi feita de maneira emergencial, ou seja, sem a realização de licitação. A prefeitura alegou que a passagem antiga corria risco de colapso após as fortes chuvas de janeiro.
OUTRO LADO
A reportagem do JNO pediu esclarecimentos da Secretaria de Obras sobre os problemas na ponte. Em nota, a Prefeitura informou que a equipe da Secretaria de Obras identificou que o novo solo (terra) imediatamente ao lado de uma das bocas de lobo cedeu, causando um “recalque” no asfalto ao lado da galeria, da calçada adjacente e uma trinca no muro próximo.
“O problema é superficial, *não tendo qualquer relação com a estrutura da ponte em si, ou seja, não afeta nem é “causado” pelas aduelas abaixo”, disse a Secretaria de Obra. Ainda na nota, a Prefeitura explicou que a obra ainda está na garantia e a empresa se comprometeu a retificar o problema e já iniciou os trabalhos no local na manhã de ontem.
“A empreiteira adiantou os consertos devem ser finalizados ainda nesta quinta ou, no máximo, até esta sexta-feira – prazo variando conforme as chuvas”.