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Nova Odessa ultrapassa os mil casos de dengue e supera cidades vizinhas

Cidade registra mais que o dobro de casos comparado a Americana e Hortolândia e supera o total de infecções de Santa Bárbara d’Oeste; especialista alerta para pico da doença em toda região

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População de Nova Odessa é cada vez mais afetada pela dengue e situação se agrava outra vez

Paulo Medina
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A situação alarmante da dengue atinge níveis críticos em Nova Odessa, onde os casos registrados da doença chegaram a 1.007 confirmados, conforme a Secretaria Estadual de Saúde divulgou nesta segunda-feira (1°). Com uma média de um caso para cada grupo de 61 moradores, a cidade enfrenta uma emergência de saúde pública, com números que superam em mais que o dobro os casos de dengue de Americana, município limítrofe a Nova Odessa, e Hortolândia. Nova Odessa ainda tem mais casos que outra cidade limítrofe: Santa Bárbara d’Oeste.
De acordo com dados do governo estadual, Nova Odessa apresenta mais que o dobro de casos em comparação com cidades maiores, como Americana e Hortolândia, ambas com 415 casos registrados. Além disso, a cidade supera Santa Bárbara d’Oeste, contabilizando 997 casos, e se aproxima do total de Sumaré, que tem 1.023 casos confirmados.
A gravidade da situação é ainda mais evidente com o registro de dois casos graves de dengue e duas mortes ainda em investigação em Nova Odessa.
O infectologista Arnaldo Gouveia Junior analisou o momento crítico que a região enfrenta, indicando que o pico da doença está para ser alcançado e que medidas preventivas devem ser intensificadas. Segundo ele, “o pior está por vir”, com a curva de casos em ascensão e previsões alarmantes para a epidemia. Junior enfatizou fatores como o clima extremamente quente, distribuição irregular de chuvas e a reintrodução do sorotipo 3 da dengue como contribuintes para a atual crise regional. Nova Odessa, por sua vez, tem em circulação o tipo 2 da dengue.
Junior reiterou a importância do uso de repelentes e do controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença, especialmente para grupos de risco, como pessoas com doenças crônicas, idosos, crianças e gestantes.
A escassez de agentes de endemias na cidade também é destacada como um agravante na situação. Com apenas quatro profissionais ativos no combate à doença, a proporção de casas a serem vistoriadas por agente é preocupante, levantando críticas sobre o planejamento da Prefeitura de Nova Odessa. São quatro agentes para vistoriar 19,2 mil casas na cidade.
O vereador Cabo Natal denunciou a falta de investimento na contratação de mais agentes, evidenciando a necessidade de uma ação urgente por parte das autoridades locais. Ele também ressaltou a existência de um concurso público para agentes de endemias, mas pontuou a ausência de contratações até o momento.
Além das vistorias domiciliares para identificação de focos de reprodução do mosquito, os agentes de endemias desempenham um papel fundamental na orientação da população sobre medidas preventivas e na execução de ações de controle, como a aplicação de larvicidas e a eliminação de criadouros, conforme diretrizes do governo federal.