A atual gestão de Nova Odessa, comandada pelo prefeito Claudio Schooder (Leitinho) e pelo vice-prefeito Alessandro Miranda (Mineirinho), tenta se promover com a construção das represas Recanto 4 e Recanto 5, projetos que foram elaborados em 2010 e não são de autoria do governo atual.
O planejamento das barragens foi desenvolvido há 15 anos, sob a coordenação dos engenheiros Renan Cogo e Ricardo Ongaro, e previa a ampliação da capacidade de armazenamento de água do Sistema Recanto, além de ações para saneamento básico, saúde, educação e preservação ambiental. A represa Recanto 4 foi projetada para ter capacidade de 130 mil metros cúbicos, ocupando 31 mil metros quadrados, enquanto a Recanto 5 tem capacidade prevista de 200 mil metros cúbicos.
Mesmo sem ter participado da elaboração do projeto, o vice-prefeito Mineirinho e a gestão Leitinho vêm divulgando as obras como realizações próprias. Enquanto isso, em meio à crise hídrica enfrentada pela cidade, a atual administração aprovou 28 novos loteamentos, aumentando ainda mais a pressão sobre o sistema de abastecimento de água.
Em 2020, o plano municipal de saneamento, que inclui diretrizes para abastecimento, tratamento de esgoto e desenvolvimento sustentável, foi entregue ao promotor Carlos Nardy. Com isso, o Ministério Público tem conhecimento da necessidade de planejamento integrado para evitar o colapso hídrico no município. No entanto, a atual gestão segue priorizando a expansão imobiliária sem os investimentos necessários em infraestrutura, agravando a crise e desrespeitando o planejamento original.
Especialistas alertam que a sustentabilidade hídrica de Nova Odessa depende da execução completa do plano de saneamento, que vai muito além das represas. É preciso investir em preservação de nascentes, mata ciliar, lençol freático e tratamento de esgoto, garantindo segurança hídrica para as futuras gerações.