A Região do Polo Têxtil (RPT) encerrou maio de 2025 com criação líquida de 101 postos de trabalho com carteira assinada, segundo números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar do resultado positivo, o desempenho ficou bem abaixo do registrado em maio de 2024, quando o saldo foi de 409 novas vagas.
Entre as cidades que compõem a RPT, Santa Bárbara d’Oeste apresentou o melhor resultado, com saldo de 205 empregos formais, após contabilizar 2.584 admissões e 2.379 demissões no mês. Americana também contribuiu para o desempenho regional, com saldo de 126 vagas, seguida por Nova Odessa, que fechou maio com 28 novas oportunidades.
Na contramão, Sumaré e Hortolândia enfrentaram mais desligamentos do que contratações: Sumaré registrou saldo negativo de 137 postos e Hortolândia, de 121.
Considerando os cinco municípios da região, foram realizados 13.791 contratos de trabalho e 13.690 desligamentos, totalizando um saldo positivo de 101 empregos. Entretanto, a diferença em relação ao mesmo período do ano anterior chama atenção: em maio de 2024, a RPT havia somado 409 novos postos de trabalho, quatro vezes mais.
O desempenho mais fraco em 2025 reflete dificuldades enfrentadas principalmente pelos setores de serviços e construção civil, que fecharam 396 e 132 vagas, respectivamente. O segmento de transporte rodoviário de cargas foi um dos mais afetados, eliminando 276 empregos.
De acordo com José Alberto Panzan, presidente do Sindicamp (Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas de Campinas e Região), a retração do transporte está ligada à instabilidade econômica e às incertezas em torno das políticas monetária e tributária do país. “O transporte rodoviário de cargas é um reflexo direto da atividade econômica. Quando as vendas caem, a necessidade de reposição de estoques diminui, afetando toda a cadeia produtiva”, explicou.
Para Panzan, outro fator que pressiona o setor é o término da desoneração da folha de pagamento, além da dificuldade em encontrar motoristas profissionais capacitados. “É urgente investir na formação de condutores, valorizar a profissão e garantir regras mais justas para todos que atuam no mercado, inclusive frente ao crescimento do e-commerce, que em muitos casos não cumpre as mesmas exigências impostas às transportadoras tradicionais”, ressaltou.
Entre os setores que conseguiram gerar empregos em maio na RPT, destaque para o comércio, com saldo positivo de 286 vagas, e a indústria, que criou 210. Já a agropecuária contribuiu com 133 postos formais.