Vereadores aprovam projeto de cargos comissionados da Prefeitura, mas com redução de salários de secretários

Câmara de Nova Odessa realizou sessão extraordinária ontem para votar projeto

Os vereadores de Nova Odessa aprovaram, em sessão extraordinária realizada na tarde desta segunda-feira (dia 29), o Projeto de Lei Complementar 6/2019, de autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre toda a estrutura administrativa. É a reestruturação dos cargos em comissão e das funções de confiança. O plenário estava lotado e a votação ficou cinco votos favoráveis e três contrários ao projeto, que ainda recebeu uma emenda – aprovada por cinco a quatro –, reduzindo o salário de secretários e secretários-adjuntos.

O projeto altera a Lei Complementar 56, de 11 de maio de 2018, prevendo mudanças no quadro e nas atribuições dos cargos de provimento em comissão (‘comissionados’) e das funções de confiança, assim como estabelece o regime de contratação, os requisitos e a escolaridade. A proposta extingue parte dos atuais cargos comissionados e cria outros, com denominações e atribuições diferentes.

Em 14 de junho passado a Prefeitura exonerou 53 comissionados, parte do atual quadro, após o Tribunal de Justiça julgar ilegal a lei originária de tais cargos em comissão e determinar a medida restritiva, que afetou ainda gratificações concedidas a vários servidores concursados. O IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) foi contratado para elaborar o novo projeto da estrutura administrativa e a proposta acabou protocolada pelo Executivo no dia 5 de julho.

Entre as mudanças previstas está a exigência de que os ocupantes dos cargos em comissão (assessores, diretores, chefes e gestores) tenham curso superior. Os vereadores Antônio Alves Teixeira, o Professor Antônio (PT), Cláudio José Schooder, o Leitinho (PV), e Tiago Lobo (PCdoB), fizeram duas emendas para reduzir salários dos secretários e dos adjuntos, além de exigir curso superior deles.

No entanto, as duas emendas foram retiradas durante a votação plenária de ontem e houve o acréscimo de uma terceira, de Tiago Lobo, também diminuindo o salário dos secretários e secretários-adjuntos, mas sem exigir a qualificação superior. Hoje, o Secretariado recebe R$ 11,3 mil e os adjuntos, R$ 8,2 mil. Com a emenda aprovada, os salários passam a R$ 6,4 mil e R$ 6,1 mil, respectivamente. Mas a medida não inclui os secretários de Saúde e de Educação, que permanecem com a atual remuneração.

O projeto original, acrescido da emenda, segue agora para sanção do prefeito. Caso o chefe do Executivo sancione, o projeto se torna lei. Mas pode haver veto parcial ou total ao projeto, que então seria novamente remetido ao Poder Legislativo para deliberação plenária. Entre os dias 15 e 31 de julho, a Câmara está no período de recesso, quando não ocorrem as sessões ordinárias. A próxima sessão rotineira está marcada para o dia 5 de agosto.

NOTA DA PREFEITURA

A Prefeitura de Nova Odessa enviou nota à redação do JNO na tarde de ontem, através da assessoria de comunicação, onde “ressalta que a emenda aprovada pela Câmara fere o princípio da irredutibilidade do salário previsto expressamente na Constituição e que a manutenção do salário apenas dos secretários de Saúde e Educação fere o princípio da isonomia.

Como agente político, os secretários e os secretários-adjuntos não têm direito ao 13º salário, FGTS, férias ou qualquer outro benefício e/ou ajuda de custo. Além disso, os secretários são obrigados a se dedicar exclusivamente à função pública – diferentemente dos próprios vereadores -, inclusive aos finais de semana e feriados, não podendo exercer qualquer outra atividade remunerada.

Por fim, a Prefeitura informa que a aprovação da emenda certamente acarretará problemas quando houver a necessidade de preenchimento de secretarias, visto que o salário dos secretários em Nova Odessa, que já era o menor na comparação com os outros municípios da microrregião, ficará ainda mais defasado”, finaliza a nota.