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Presidente do sindicato diz que morte de Russo tem ligação com supostas fraudes em licitações

Adriano Carmo afirma que existe gravação onde o secretário executado, o prefeito Leitinho e uma 3ª pessoa discutem licitação de R$ 6 mi na Saúde e que informações já estão em poder do Gaeco e da Polícia Civil

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Em um vídeo de 38 minutos postado em suas redes sociais nesta semana, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos, Adriano José do Carmo Rosa, afirma que a morte do secretário de Governo, Marco Antonio Barion, o Russo, tem ligação com supostas fraudes em licitações dentro do governo do prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho. O representante da entidade sindical garantiu que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e a Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) – que investiga o assassinato – estão em posse de informações, segundo ele, de uma gravação onde Russo, Leitinho e uma terceira pessoa discutem detalhes de uma licitação superior a R$ 6 milhões na área da Saúde.

Sem especificar a data exata, Carmo disse que foi procurado na sede do sindicato pelo atual Chefe de Segurança, coronel Carlos Fanti (que já foi chefe de Gabinete de Leitinho), pelo hoje secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico e Social, Eduardo Mota, e pela diretora do Hospital Municipal, Joseane Gomes. “Algum tempo atrás eu fui procurado, no sindicato, pelo coronel Fanti, pelo Mota e pela Joseane. E nessa reunião eles me disseram que havia uma gravação feita entre essa pessoa, que eu não vou revelar o nome aqui por que espero ser convocado pela Justiça pra falar sobre isso, o Russo e o prefeito Cláudio (Leitinho) sobre uma licitação de mais de R$ 6 milhões na área da Saúde. E eu falei para essa pessoa: ‘por que você não abre o jogo?’ ‘Porque se eu falar, vou ser preso’, ela me respondeu. Vou pagar um preço caro por isso, mas vou falar, porque me foram relatadas coisas graves, coisas pesadas e que envolvem diretamente o prefeito Cláudio (Leitinho)”, afirmou Carmo.

Em seu vídeo, Carmo disse ainda que, embora o Gaeco e a Polícia Civil já tendo acesso a essas informações, ele espera ser convocado pelas autoridades que apuram a morte de Russo para “falar o que sabe”, inclusive, o nome da pessoa que teria gravado o vídeo da suposta negociação envolvendo a licitação na Saúde de Nova Odessa. “Estou à disposição da Justiça pra falar sobre esse assunto, se convocador eu for”, garantiu.

O presidente do Sindicato dos Servidores explicou também que todas as informações que recebeu de Fanti, Mota e Joseane foram encaminhadas, num primeiro momento, para o Ministério Público do Trabalho, já que havia denúncias de prática de assédio moral supostamente praticado por Russo contra servidores, entre eles, a própria diretora do Hospital Municipal. “O que eu fiz após essa reunião? Fiz uma petição à Procuradora do Trabalho falando dessa reunião, o que eles haviam me dito e pedi providências. Eu informei todo o “patuá” e a procuradora remeteu ao Gaeco e isso foi remetido ao Deic, que investiga o assassinato do secretário de Governo. Porque estou dizendo isso? Porque muitas coisas que estão acontecendo, inclusive, a morte dele (Russo) estão ligadas a licitações e contratos que eu venho falando há tempos”, ressaltou.

‘Morte do secretário foi queima de arquivo’, dispara Carmo

Ao longo do vídeo de 38 minutos postado em seu perfil no Facebook, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Nova Odessa, Adriano José do Carmo Rosa, afirma que a morte do secretário de Governo do prefeito Leitinho, Marco Antonio Barion, o Russo, foi “queima de arquivo” e que o prefeito é um “fantoche, um boneco” usado por “algumas pessoas que têm interesse direto nas licitações da Prefeitura de Nova Odessa. “Gente, o secretário de Governo foi assassinado, executado, ‘cala boca’, ‘queima de arquivo’ e será que vamos continuar elogiando o prefeito depois disso?”, disparou.

Carmo foi além e disse que a administração do prefeito Leitinho “não vai conseguir fazer nada” enquanto a morte de Russo não for esclarecida. “São cifras gigantescas”, afirmou ele. “Vocês não entenderam ainda quem está no comando da Prefeitura de Nova Odessa? Não é o prefeito Cláudio (Leitinho). O prefeito Cláudio está sendo um fantoche, um boneco usado por algumas pessoas que têm interesse direto nas licitações”, garantiu.

 

VEJA ALGUMAS DECLARAÇÕES DE CARMO

“O secretário (Russo) foi assassinado, executado, cala boca, queima de arquivo”                     

“Me foram relatadas coisas graves, coisas pesadas e que envolvem diretamente o prefeito (Leitinho)”

“Muitas coisas que estão acontecendo, inclusive a morte dele (Russo), tem ligação com licitações e contratos”

“A Administração não vai conseguir fazer nada enquanto não se elucidar isso (assassinato)”

“Vou pagar um preço caro por isso, mas estou à disposição da Justiça para falar sobre esse assunto”

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Prefeitura não comenta declarações de Carmo

A reportagem do JNO questionou a Prefeitura de Nova Odessa e o prefeito Leitinho sobre as declarações feitas por Carmo no vídeo publicado nas redes sociais. Contudo, tanto a Administração como o chefe do Poder Executivo preferiram não se manifestar.

“Seguindo orientações das autoridades policiais, a Prefeitura de Nova Odessa não se manifestará sobre quaisquer aspectos das investigações do assassinato do secretário, ainda em andamento, e reforça sua plena confiança no trabalho da Polícia Civil, que certamente levará à breve elucidação do caso”, trouxe curta nota encaminhada pela assessoria de imprensa.

A Prefeitura ressaltou, porém, que qualquer cidadão que acredite dispor de informações que possam levar à elucidação do caso, “deve entrar em contato com o Deic de Piracicaba, que conduz o inquérito”, finaliza. A SSP (Secretaria Estadual da Segurança Pública), por sua vez, reforçou que as diligências seguem em andamento e que o inquérito tramita em sigilo, por determinação da Justiça.