Entre o Grito e o Silêncio
O caminho de volta à paz começa quando aprendo a respirar no meio do caos
O mundo sangra.
As sirenes da guerra voltaram a ecoar nos noticiários, nos olhos assustados de crianças, nos campos devastados por bombas e desespero.
Nações em confronto, cidades destruídas, famílias separadas, um cenário tão antigo quanto a humanidade, e ainda assim, tão presente…
Mas há uma guerra mais próxima, mais silenciosa, que não está nas manchetes, mas devasta do mesmo jeito.
É a guerra que travo dentro de mim.
Na maioria das vezes não ouço uma explosão, mas os pensamentos gritam.
Não há tanques de guerra, mas há cobranças que esmagam e matam mais que arma de fogo.
Não há soldados uniformizados, mas há culpas, medos e traumas marchando no peito como exércitos prontos para o ataque.
E o mais cruel: dificilmente percebo quando ela começa.
Só percebo quando já estou muito ferido.
Quando o coração está em destroços, quando a alma pede trégua, quando o amor vira refém do cansaço.
É nesse campo de batalha invisível que posso ser, ao mesmo tempo, o agressor e a vítima do meu território em ruínas.
Mas no fundo eu sei: a saída é para dentro!
Ela reside num gesto simples, humano, ancestral capaz de interromper o ataque.
Respirar.
A respiração consciente é um recurso possível.
É o cessar-fogo interno.
É quando escolho parar, ao invés de reagir. Sentir, ao invés de fugir.
Cada inspiração profunda é um chamado à paz.
Cada expiração lenta é um sopro que desarma.
Ao respirar com presença, me reconecto ao que é essencial: a vida.
E onde há vida, ainda há esperança.
Talvez o mundo precise de tratados de paz.
Mas eu posso fazer a minha parte, posso começar agora, posso experimentar fechar os olhos e voltar ao centro, onde reside o fôlego de vida.
Não para isolar-me da dor do mundo, mas para não somar a ela mais uma guerra.
Porque a paz que tanto almejo, talvez comece em mim, com o simples ato de estar inteiro… por dentro.
Abraços de PAZ e BEM!
