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Vereadores desrespeitam assembleia dos servidores e aprovam aumento

Por seis votos a dois, Legislativo ignorou decisão tomada pelos funcionários públicos na semana passada e acatou proposta de reajuste de “apenas” 10,5% encaminhada pelo prefeito Leitinho

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Por seis votos a dois, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de lei encaminhado em regime de urgência especial pelo prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, que concede reposição de 10,5% no salário do funcionalismo público, desrespeitando a decisão dos próprios trabalhadores que, em assembleia realizada na última quarta-feira, decidiram rejeitar a proposta apresentada pela Administração. O SSPMANO (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) disse que só vai se manifestar sobre o tema hoje, logo após a reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), solicitada pela Administração.

O projeto rendeu discussão entre os vereadores. Apenas Wagner Morais e Silvio Natal se posicionaram contra o projeto, acatando a decisão dos servidores. O líder do governo Leitinho na Câmara, Antonio Alves Teixeira, assim como os vereadores Sebastião Gomes dos Santos, o Tiãozinho do Klavin; Márcia Rebeschini; Paulo Bichof, Oseias Domingos Jorge e Levi Tosta votaram pela aprovação do projeto. “A negociação não terminou e o diálogo está aberto. O que vamos votar são os 10,5% e os R$ 700 na cesta. Nesse momento, é uma questão do Executivo. Quem governa, faz escolhas. E a escolha foi essa”, disse o vereador Teixeira. “A impressão que eu tenho é que assunto não deveria estar aqui (na Câmara). Isso deveria ter sido resolvido lá (na prefeitura)”, afirmou Levi.

Já o presidente da Câmara, Elvis Garcia, o Pelé – que só teria direito a voto caso houvesse empate – engrossou o tom e disse que o governo Leitinho “mente na cara dura”. “Eu quero ir na linha da verdade e o projeto em regime de urgência especial dificulta um estudo mais aprofundado. Mas do pouco que a gente consegue ver, a gente vê algo na linha da mentira. O governo diz que se conceder o aumento que o sindicato busca, vai ficar próximo do limite prudencial da folha de pagamento. Mas na apresentação das metas fiscais, nos foi mostrado aqui que há uma folga de R$ 7 milhões na folha de pagamento e que é possível fazer esse aumento. O governo mente na cara dura e a gente tem que engolir”, indagou Pelé.

Procurado pelo JNO, o presidente do sindicato, Adriano José do Carmo Rosa, disse que a entidade só vai se manifestar sobre a aprovação após a reunião de hoje no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), mas que a prefeitura já se mostrou incapaz de negociar.  “Nós só vamos nos manifestar amanhã (hoje) depois da audiência que foi pedida pela municipalidade, no tocante ao dissídio coletivo, que desde o início se mostrou, por parte da prefeitura, a total incapacidade de poder sentar a mesa, lavrar uma ata sequer e dialogar. Esses são fatores importantes para que você vá para uma mesa de discussão do dissídio coletivo. A prefeitura incorre no erro de mandar um projeto mesmo quando a assembleia aprovou a greve, de questionar a Justiça, pedindo a tutela antecipada de algo que não se concretizou e, achando que tem o poder sobre a assembleia, deliberar com um projeto que, me parece, há erros no tocante a irregularidades. Lembrando que não me foi apresentado o projeto. Mas vamos nos manifestar amanhã (hoje)”, afirmou ele.

O sindicalista ainda ressaltou o “desrespeito” do governo Leitinho com a categoria, ao ignorar a decisão tomada em assembleia. “E volto a frisar o desrespeito do Executivo para com a assembleia, que é soberana, ficou muito claro e mostrou que essa Administração sequer tem condições de acatar uma decisão. Temos pelos demais colegas que estão ali na prefeitura e podem sofrer consequências pelo ato do Executivo ou de um pequeno grupo, que se diz secretário, e que vem trazendo tanto prejuízo para a categoria”, completou Carmo.