Paulo Medina
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A Câmara de Nova Odessa abriu nesta segunda-feira (16) uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar a morte da bebê Esther Pereira da Silva Brito, de apenas 10 meses, por possível negligência médica no Hospital Municipal, ocorrida em maio deste ano. A CEI foi proposta pelos vereadores Elvis Pelé (PL), Wagner Morais (Republicanos), Levi da Farmácia (Podemos) e Paulinho Bichof (Podemos).
A comissão só foi aberta agora porque o regimento interno da Câmara determina que só deve tramitar na Casa de Leis uma CEI por vez – em maio, quando proposta, estava em andamento a investigação que apontou supostas irregularidades nos repasses da Prefeitura de Nova Odessa ao Cismetro, que é o consórcio regional de saúde.
Após a abertura da comissão, Pelé disse esperar que a CEI seja tratada com “seriedade e esclareça o fato”.
“Diante da gravidade do caso, que a gente espera que seja analisado profundamente, até que se puna possíveis culpados e que também, e não menos importante, que se evite que aconteça novamente. Afinal, é vida humana, o que choca é que foi um bebezinho”, completou Levi da Farmácia.
Depois do sorteio nesta segunda-feira, vão compor a investigação os vereadores Tiãozinho do Klavin (PL), Professor Antonio (PSB) e Márcia Rebesquini (União Brasil), que não assinaram a abertura da CEI desde maio.
Marcia afirmou que tem a intenção de presidir os trabalhos da CEI e disse que pretende “contribuir” com a investigação. No entanto, a composição de presidente, relator e membro da CEI será definida oficialmente na reunião inaugural da CEI, ainda a ser marcada. “Embora tenha uma sindicância aberta, acho importante a CEI para que possamos acompanhar de perto os trabalhos de investigação e contribuir na apuração”, disse a vereadora.
Os demais vereadores, Oseias Jorge e Cabo Natal também não apoiaram a abertura da investigação.
A morte de Esther colocou sob suspeita a qualidade do atendimento da criança no Hospital Municipal de Nova Odessa. Isso porque familiares afirmaram que a bebê recebeu cuidados inadequados, o que pode ter contribuído para o falecimento dela. Os pais classificaram o atendimento da menina como “negligência total”.
A CEI, que terá prazo inicial de 90 dias, visa apurar todas as circunstâncias do atendimento da menina e responsabilizar eventuais culpados.
A pequena Esther morreu na terça-feira, 14 de maio, e o caso ganhou repercussão após os pais da criança, moradores do Jardim São Jorge, denunciarem negligência médica no Hospital Municipal.
Esther contraiu pneumonia, além de apresentar insuficiência respiratória e um derrame pleural. Inicialmente com suspeita de dengue, ela foi levada ao Hospital Municipal de Nova Odessa em busca de cuidados médicos. No entanto, segundo os pais, o atendimento na unidade de saúde foi insuficiente e não condizente com a gravidade do quadro clínico da criança, que apresentava inchaço na cabeça. A situação se agravou ao ponto de Esther precisar ser transferida para o Hospital Estadual de Sumaré, onde ela não resistiu e veio a falecer.
Questionada, a Secretaria de Saúde de Nova Odessa nada informou sobre a abertura da CEI e sobre o resultado das diligências para levantar todo o ocorrido.