O avanço desenfreado de loteamentos em Nova Odessa continua colocando a cidade à beira de um colapso urbano — e o que mais preocupa é o silêncio do Ministério Público local. Alertado formalmente através do protocolo do Plano Municipal de Saneamento, o promotor Carlos Nardy foi informado sobre os riscos do crescimento sem planejamento, mas não adotou qualquer providência para conter ou revisar a aprovação em série dos empreendimentos.
Com 28 loteamentos liberados em poucos anos, a cidade sofre com falta de saneamento, ausência de novas escolas, postos de saúde e transporte público deficiente. Embora a construção de uma represa avance, especialistas apontam que apenas o abastecimento de água não resolve o problema se não houver investimentos em educação, saúde e mobilidade. Sem esses serviços, o que se consolida é uma cidade maior, mas incapaz de atender sua própria população.
A ausência de posicionamento ou ação efetiva por parte do Ministério Público agrava a sensação de abandono. A Promotoria, responsável por zelar pelo cumprimento das leis e pela proteção do interesse coletivo, permanece inerte, sem cobrar contrapartidas dos loteadores ou exigir planejamento do poder público. Diante disso, cresce a pressão para que a Corregedoria do Ministério Público apure a conduta do promotor Carlos Nardy e esclareça por que as informações que comprovam o risco de colapso urbano não resultaram em nenhuma iniciativa prática.
A população, que já enfrenta sobrecarga nos serviços básicos, quer respostas imediatas. Em uma cidade que continua crescendo desordenadamente, o silêncio de quem deveria fiscalizar se torna cúmplice de um processo que ameaça o futuro de todos.