Dias intermináveis, corpos cansados, mentes no automático, a gente nem percebe, mas vive sem respirar de verdade.
Mas acredite, existe em nós uma força silenciosa capaz de nos trazer de volta. Você já parou para senti-la? Estou me referindo a nossa capacidade de autorregulação.
Autorregulação é mais do que autocontrole, é um reencontro com a sabedoria do corpo, uma dança entre sentir e escolher com presença e no centro desse processo está o sistema nervoso, essa rede sofisticada que responde ao mundo externo e interno. Quando aprendemos a cuidar dele, começamos a mudar não apenas como agimos, mas como existimos.
No trabalho integrativo que proponho, esse cuidado começa pela respiração. Respirar de forma consciente é o primeiro gesto de autonomia. A respiração é uma ponte entre o que sentimos e o que fazemos com o que sentimos. Ela nos devolve ao corpo, organiza os pensamentos e estabiliza o campo emocional.
E nessa trajetória encontramos a coerência cardíaca, uma prática baseada em ciência que integra coração, cérebro e emoções. Quando respiramos com consciência cultivando sentimentos regeneradores como gratidão ou compaixão, algo notável acontece: nosso ritmo cardíaco se harmoniza, o cérebro recebe esse sinal e todo o sistema se reorganiza. Saímos do estado de alerta e acessamos um lugar de clareza, calma e presença.
Esse estado não é místico. É biológico. É acessível. E o melhor: é treinável.
Na prática integrativa que desenvolvo, utilizo técnicas de respiração consciente, escuta ativa e ferramentas que integram as camadas do ser corpo(soma), mente( psique, nous) e espírito( pneuma), para ajudar cada pessoa a reencontrar-se em si mesma. Porque autorregular-se não é suprimir o que sentimos, mas aprender a navegar com mais leveza e sabedoria.
Que tal experimentar isso na prática?
Agora, respire. Profunda e lentamente. Traga a atenção ao seu coração e pergunte-se: Como estou me sentindo, de verdade!
Se puder, feche os olhos por um instante. Coloque a mão sobre o peito. Respire lentamente, ao inspirar conte até cinco e mais cinco ao expirar. Repita por alguns ciclos. Você não precisa mudar nada, só permita-se sentir.
Esse é o convite: volte-se para si, aproprie-se de todo seu potencial. Três minutos por dia podem transformar sua biologia, sua mente, seu estado emocional. A autorregulação não é um destino. É um hábito. E começa agora, com o simples ato de respirar com consciência.
Nascemos com uma biologia, mas é a forma como a vivemos que escreve a nossa biografia
Abraços de PAZ e BEM!
Regina Pocay.