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Servidora que citou pedidos de pastor em Nova Odessa vai ser ouvida pelo Senado

À CGU (Controladoria-Geral da União), Vanessa dos Reis Souza disse que um dos organizadores do Gabinete Itinerante na cidade se sentiu ‘desconfortável’ com solicitações feitas por Arilton Moura

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Após afirmar à CGU (Controladoria-Geral da União) que um dos organizadores do Gabinete Itinerante realizado em Nova Odessa, isso em agosto do ano passado, se sentiu “desconfortável” com pedidos que teriam sido feitos pelo pastor Arilton Moura – acusado de pedir propina para facilitar a liberação de recursos do MEC aos municípios – será ouvida pela Comissão de Educação do Senado Federal. O requerimento convocando a servidora foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues.

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Silva dos Santos estiveram presentes em Nova Odessa acompanhando o então ministro Milton Ribeiro, que pediu demissão do Ministério da Educação por conta do escândalo. “Esse fato narrado (por Vanessa à CGU) é estarrecedor, uma vez que o senhor Arilton Moura sequer é formalmente vinculado ao Ministério da Educação ou ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Por isso, cabe a este Parlamento, por meio da Comissão temática de Educação, a apuração com rigor dos eventos, o que só será possível com o comparecimento pessoal da Sra. Vanessa Reis Souza para prestar os devidos esclarecimentos”, afirmou o senador.

 

ESCÂNDALO. O escândalo no Ministério da Educação, que derrubou o ministro Milton Ribeiro e que tem o “Gabinete Itinerante” realizado em Nova Odessa como uma das peças centrais, ganhou mais um capítulo com a divulgação do relatório elaborado pela CGU (Controladoria-Geral da União). Nele, o presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Marcelo Lopes da Ponte, relata insinuações que teria recebido do pastor Arilton Moura – apontado como lobista e acusado de pedir propina aos prefeitos para facilitar a liberação de recursos do MEC. “Me ajuda que eu te ajudo”, teria dito Arilton ao número 1 do FNDE.

A realização do “Gabinete Itinerante”, também foi citada no relatório da CGU. Em depoimento à controladoria, a chefe do Cerimonial do Ministério da Educação,  Vanessa Reis Souza, afirmou que soube, por terceiros, que o pastor Arilton insinuou “de alguma forma, pedido ou oferta de vantagem indevida”. “Nós organizamos em Nova Odessa uma agenda e um dos organizadores comentou que se sentiu desconfortável com alguns pedidos do senhor pastor Arilton. Eu recomendei que esses pedidos fossem relatados diretamente ao Ministério da Educação de forma formal”, relatou a servidora pública federal.

O escândalo veio à quando os jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo publicaram reportagens onde os pastores são acusados de cobrarem propina de prefeitos para facilitar a liberação de recursos do Ministério da Educação. O pedido de propina também era feito, segundo os jornais, através da compra de bíblias da editora do pastor Gilmar. Ainda de acordo com as publicações, exemplares do livro sagrado foram entregues aos participantes do “Gabinete Itinerante” em Nova Odessa, o que a prefeitura nega.