in

Saúde Mental na Era Digital: Entre Conexões e Desafios

Não há como negar os inúmeros benefícios que a era digital nos proporciona.

A era digital transformou profundamente a forma como nos comunicamos, trabalhamos e vivemos. Em poucos anos, a tecnologia passou a ocupar todos os espaços da vida cotidiana, do lazer ao trabalho, da educação à saúde, gerando oportunidades incríveis, mas também desafios importantes, especialmente no que diz respeito à saúde mental.

Não há como negar os inúmeros benefícios que a era digital nos proporciona. A facilidade de acesso à informação, o surgimento de novas formas de trabalho remoto, o aumento das possibilidades de interação social e até mesmo os avanços em saúde mental, com terapias online e aplicativos voltados ao bem-estar emocional, são apenas alguns exemplos.

Plataformas como o Meditopia e o Headspace registraram crescimento exponencial nos últimos anos, com milhões de usuários buscando ajuda para dormir melhor, reduzir a ansiedade ou praticar meditação. Segundo um levantamento da Sensor Tower (2023), apps de bem-estar mental movimentaram mais de US$ 491 milhões globalmente em apenas um ano.

Por outro lado, o uso indiscriminado e constante da tecnologia tem gerado efeitos preocupantes. A exposição prolongada às telas, a dependência de redes sociais e a comparação constante com padrões irreais de vida têm sido associados a sintomas de ansiedade, depressão e baixa autoestima, especialmente entre os jovens.

O relatório “Global Digital Wellbeing Index” de 2023 apontou que 42% dos adolescentes brasileiros se sentem pressionados a manter uma “vida perfeita” nas redes sociais. Já um estudo da Universidade de Harvard demonstrou que o uso excessivo de plataformas digitais pode alterar áreas do cérebro relacionadas à regulação emocional, foco e autocontrole.

Além disso, o fenômeno do “burnout digital” esgotamento provocado pelo excesso de atividades e estímulos digitais tornou-se comum durante e após a pandemia, afetando trabalhadores de diferentes faixas etárias e setores.

Neste novo cenário, cultivar hábitos saudáveis se tornou fundamental. Estabelecer limites no uso de telas, praticar o “detox digital”, reservar momentos para o descanso mental e investir em conexões reais são atitudes que fazem toda a diferença para manter a saúde emocional em equilíbrio.

A educação digital, tanto em casa quanto nas escolas, também é essencial para preparar crianças e adolescentes a navegarem com consciência e responsabilidade nesse novo mundo. Incentivar a autorregulação e promover ambientes acolhedores, tanto no ambiente virtual quanto fora dele, é tarefa de todos nós.

A tecnologia deve ser uma aliada, não um fator de sofrimento. E cuidar da saúde mental é mais do que nunca, um gesto de amor próprio e de compromisso com um futuro mais saudável, humano e equilibrado.

Com carinho,
Juçara Rosolen.