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Saúde em colapso

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Lico Rodrigues relata falta de manutenção em materiais básicos do Ambulatório Municipal

Saúde em colapso
Pacientes aguardam horas por atendimento no Hospital Municipal e enfrentam a crônica falta de médicos nas unidades básicas e o secretário de Saúde de Nova Odessa, Lucas Bento da Silva Isepon está no centro de uma investigação do Ministério Público por suspeitas de irregularidades administrativas.

Cúpula
A crise da saúde pública, já evidente no cotidiano da população, agora se soma a questionamentos éticos e legais que atingem diretamente a cúpula da pasta. O Procedimento Preparatório de Inquérito Civil instaurado pelo MP investiga possíveis acúmulo indevido de cargos, remuneração acima do teto constitucional e falta de transparência nos pagamentos de plantões médicos realizados por Isepon.

Viabilidade
Conforme a denúncia, o secretário exercia um cargo efetivo e uma função gratificada como dirigente hospitalar, acumulando uma carga de até 25 plantões mensais de 12 horas cada — algo que, na prática, levanta dúvidas sobre sua viabilidade legal e física.

Silêncio ensurdecedor
Apesar dos questionamentos, a Prefeitura de Nova Odessa se limitou a dizer que “desconhece a existência de qualquer apuração”, enquanto o próprio secretário mantém silêncio ensurdecedor sobre as acusações. A ausência de respostas só agrava o sentimento de que há uma rede pública sucateada, com sucessivos gestores e nenhuma solução.
Cinco secretários
Desde o início da gestão Leitinho, em 2021, cinco secretários diferentes passaram pela Secretaria de Saúde, incluindo a ex-titular Adriana Welsch, substituída em março de 2024 por Isepon. A constante troca de comando, somada à falta de planejamento e à má gestão, tem resultado em consequências diretas e dolorosas à população. Moradores relatam filas intermináveis, exames adiados por meses, e casos de mortes por negligência.

Revolta nas redes
A indignação tomou força recentemente nas redes sociais, após uma moradora denunciar que sua mãe, de 89 anos, foi ignorada no atendimento prioritário garantido por lei no Hospital Municipal. O relato ganhou repercussão imediata e foi seguido de uma enxurrada de outras queixas. São pais desesperados por pediatras, idosos aguardando dias por um clínico e pacientes em estado grave à espera de especialistas que nunca chegam.

Desconexão
Nova Odessa vive um colapso silencioso e progressivo. A falta de transparência nas ações da Secretaria de Saúde e a ausência de políticas públicas eficazes denunciam um poder público desconectado das necessidades básicas da população. E, enquanto isso, quem sofre são os moradores — muitos deles sem voz, sem atendimento e, por vezes, sem esperança. A saúde da cidade pede socorro. E a pergunta que paira no ar é: até quando o sistema resistirá à omissão?