O Jornal de Nova Odessa recebeu com surpresa a nota divulgada pela Coden Ambiental em resposta à matéria publicada em 8 de julho de 2025 sobre a inauguração da nova rede de água do município. Em vez de dialogar com os fatos, a companhia preferiu acusar o jornal de distorcer informações, o que não condiz com a verdade.
Reafirmamos: as obras entregues pela atual gestão fazem parte de um projeto de longa data, iniciado ainda em 2010. É inegável que a troca de redes de PVC por tubulações de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) começou há mais de uma década, com autorizações, estudos e metas de modernização traçadas por gestões anteriores. Isso não é “distorção” — é histórico, é documentado, é público.
A nota da Coden tenta reposicionar essas obras como se fossem criações técnicas da atual administração, ignorando que a política de substituição da rede já era uma diretriz estruturante desde o início da década passada. A gestão Leitinho/Mineirinho apenas executou etapas previstas — com mérito, sim, mas sem a originalidade ou iniciativa que se tenta vender nas redes sociais e nos eventos oficiais.
O mesmo vale para as represas Recanto 4 e 5, agora tratadas como símbolo da atual administração. O planejamento desses reservatórios foi elaborado em 2010, sob coordenação dos engenheiros Renan Cogo e Ricardo Ongaro, com diretrizes claras de expansão hídrica e preservação ambiental. O que hoje está em execução são peças de um quebra-cabeça construído há 15 anos. O projeto executivo pode ter sido revisado, como exige a lei, mas a concepção, o propósito e até os nomes das represas vêm do passado.
Essa prática de “rebatizar” projetos não é nova. Basta lembrar que a Estação de Tratamento de Água do Pós-Anhanguera, outro exemplo de obra de alto impacto para a cidade, já estava com cerca de 80% das obras concluídas quando a gestão atual assumiu a prefeitura. Ainda assim, foi apresentada como uma realização inédita.
A tentativa de rebatizar planos antigos como feitos próprios revela uma gestão que parece mais preocupada com marketing institucional do que com a transparência dos fatos. Projetos estruturantes — como os de saneamento e abastecimento — são, de fato, programas de longo prazo. Mas isso não significa que cada governo possa apagar o histórico e se apropriar das etapas anteriores.
Nossa crítica permanece: a gestão atual tem se apoiado em projetos herdados, muitos deles com recursos já previstos e cronogramas estabelecidos. Enquanto isso, 28 novos loteamentos foram aprovados, sem que a estrutura hídrica acompanhasse esse crescimento. O resultado? Uma pressão cada vez maior sobre um sistema de abastecimento já em risco.
O Jornal de Nova Odessa continuará cumprindo seu papel: informar com responsabilidade, cobrar coerência e garantir que a população tenha acesso ao contexto completo — não apenas ao discurso oficial.