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Quando a vida pede direção – Jornada da imaturidade ao amadurecimento do ser

Essa semana em uma das aulas de Teologia, nos debruçamos sobre dois termos gregos que, à primeira vista, parecem apenas curiosidades linguísticas: Huios e Teknon.

Regina Pocay

Essa semana em uma das aulas de Teologia, nos debruçamos sobre dois termos gregos que, à primeira vista, parecem apenas curiosidades linguísticas: Huios e Teknon

Do grego “υἱός” (huios) significa literalmente filho, mas no contexto bíblico, especialmente nas cartas de Paulo, muitas vezes carrega o sentido de filho maduro, aquele que manifesta o caráter e a natureza do Pai.

Já Teknon (τέκνον) também do grego, significa filho, mas com o sentido biológico ou relacional, sem necessariamente falar de maturidade.

Enquanto ouvia a explicação, algo se acendeu dentro de mim. Teknon é o filho no sentido mais simples, amado, parte da família, mas ainda em fase de formação. Huios é o filho amadurecido, que conhece sua identidade e vive de forma alinhada com ela. O contraste é tão sutil e, ao mesmo tempo, tão profundo, que me fez refletir sobre quantas vezes, mesmo já adultos, continuamos vivendo mais como Teknon do que como Huios.

Percebi que, na vida, não é a idade que define a maturidade, mas a capacidade de ouvir e seguir a direção certa. E aqui trago uma frase que me fez compreender esta sútil e profunda diferença : “Direção não se manifesta na minha alma, mas no meu espírito, por isso a PAZ é o sinal que o coração aponta como caminho para a maturidade.”

A alma é bela, mas por vezes, barulhenta: emoções, memórias, expectativas e feridas se entrelaçam ali. O espírito, por outro lado, é aquele espaço profundo e silencioso onde as respostas não gritam, mas sussurram. E esse sussurro é, quase sempre, acompanhado de coerência e paz.

Como terapeuta integrativa, percebo diariamente o quanto tendemos a nos perder no ruído interno. E sei que maturidade espiritual não é um estado que “aparece” de repente; é algo que se cultiva dia após dia. Por isso respirar conscientemente, desacelerar o corpo, harmonizar coração e mente, cria o ambiente ideal para que a voz da maturidade seja ouvida.

Talvez hoje você esteja num momento de encruzilhada. Se sim, minha sugestão é que você experimente algo agora: enquanto lê essas palavras, coloque a mão sobre o seu coração, inspire lentamente pelo nariz, segure um instante e solte o ar, devagar, pelo nariz. Repita algumas vezes este ciclo.
E, nesse espaço de silêncio, pergunte-se: Essa ação me traz paz?

Porque amadurecer, no fim, é passar de Teknon para Huios, do impulso à sabedoria. E a paz é o mapa mais seguro para essa jornada.

Abraços de Paz e Bem!

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Regina Pocay