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Presidente da Câmara já alertava: gestão Leitinho agora enfrenta série de investigações

Meses após denúncias feitas da tribuna, Prefeitura de Nova Odessa acumula escândalos, obras paradas, contratos milionários sob suspeita e silêncio do Executivo.

Muito antes das investigações atuais que cercam a administração do prefeito Cláudio Schooder, o Leitinho (PSD), o presidente da Câmara Municipal de Nova Odessa, Oséias Jorge, já havia feito alertas públicos sobre possíveis irregularidades graves na Prefeitura. Em fevereiro deste ano, durante sessão legislativa, o vereador — que à época ainda integrava a base do governo — denunciou um contrato de R$ 16 milhões com uma única empresa, insinuando um esquema de propina e a total ausência de obras entregues.

“Uma empresa só: R$ 16 milhões. E cadê as obras? A Miriam vai pegar a bolsinha dela e vai embora pra Sumaré com o bolso cheio”, disparou Oséias, em referência à então secretária de Obras.

A fala, considerada uma das mais contundentes daquele período, expôs um racha na base governista e antecipou o que hoje se confirma: uma gestão cercada por suspeitas, falhas de fiscalização e promessas não cumpridas. De lá para cá, a Prefeitura mergulhou em uma crise de credibilidade, acumulando casos que se tornaram públicos, muitos deles com apurações abertas pelo Ministério Público.

Entre os episódios mais graves:

  • O escândalo do Bolsa Creche, com pagamento de vagas para 76 crianças fantasmas;
  • A obra da Escola Municipal José Mário, com mais de R$ 1 milhão pagos e os serviços parados;
  • O caso da base da Guarda Civil Municipal, anunciada com festa e hoje abandonada, mesmo após o gasto de R$ 280 mil;
  • O contrato de R$ 6 milhões para construção de calçadas, que teve menos de 15% executado — o caso virou alvo de investigação do MP;
  • E o contrato de R$ 16 milhões citado por Oséias, que até hoje não teve qualquer explicação pública.

A então secretária de Obras, Miriam Cecília Lara Netto — mencionada nas denúncias feitas pelo vereador — foi exonerada da pasta. Mas a saída ocorreu meses depois da denúncia e sem justificativas oficiais, reforçando o padrão da atual gestão: silenciar, empurrar e evitar explicações públicas.

As falas de Oséias, que na época soaram isoladas, hoje ecoam com força diante do acúmulo de denúncias. O próprio vereador declarou:

“Eu não posso compactuar com essas lambanças que estão acontecendo. Ou a gente vai perder junto ou ganhar junto.”

O prefeito Leitinho, por sua vez, não se pronunciou sobre nenhum dos casos. Até o momento, a administração não divulgou sindicâncias públicas, relatórios técnicos ou qualquer prestação de contas detalhada. Em meio ao desgaste, aposta no silêncio — enquanto a população convive com promessas vazias, obras inacabadas e contratos milionários sem respostas.

A pergunta que segue sem resposta: onde foi parar o dinheiro?