Uma obra de passarela de pedestres entre a Avenida João Pessoa, no Centro, e a Rua Miguel Bechis Filho, no Jardim Flórida, em Nova Odessa, está no centro de uma polêmica envolvendo a Prefeitura. Em vídeo publicado nas redes sociais, o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, e o vice Alessandro Miranda, o Mineirinho, apresentam a obra como uma entrega da atual gestão. A fala gerou críticas e foi desmentida publicamente pelo ex-servidor Adriano José do Carmo Rosa.
A estrutura, no entanto, não está sendo construída pela Prefeitura, mas sim pela empresa Rumo Logística, como parte do plano de investimentos da concessão da malha ferroviária paulista, firmado com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) ainda em 2020. A iniciativa foi uma solicitação feita pelo então vereador Avelino Xavier Alves, o Poneis, já falecido, durante a gestão anterior.
Em vídeo gravado no local, Adriano Carmo afirma que a Prefeitura está se apropriando de forma indevida da obra:
“O Cláudio e o Mineirinho vieram aqui e fizeram um vídeo alegando que isso aqui estava sendo feito pela Prefeitura. Estou aqui para mostrar que isso não é da Prefeitura. Isso aqui é da Rumo, empresa de transporte ferroviário.”
Ao caminhar pelo canteiro de obras, o ex-servidor mostra os equipamentos e funcionários, reforçando que nenhum deles pertence à Prefeitura. Ele também registra uma placa ambiental no local com o nome da empresa, o que reforça a origem privada da intervenção.
“Falar que a Prefeitura terceirizou ou está fazendo isso aqui é mentira. Isso aqui é fruto de um requerimento do vereador Poneis, à época, para atender os moradores do Jardim Flórida, Vila Azenha, Santa Luiza e região”, disse Adriano.
“A política que eu pratico é de interesse social, não partidária.”
Obra negociada desde 2020
A passarela, orçada em R$ 1,05 milhão, já constava no plano de investimentos da Rumo Logística desde 2020, quando a concessão ferroviária foi prorrogada até 2058. O mesmo pacote inclui a duplicação do viaduto do Pezão, que liga o Jardim São Jorge ao Santa Rosa, também previsto para ser executado com recursos privados.
Apesar disso, o vídeo institucional da Prefeitura omite essas informações e dá a entender que o investimento é fruto direto da atual administração, o que tem sido criticado como tentativa de autopromoção e uso político de uma obra que não teve envolvimento financeiro ou técnico da gestão municipal.
📽️ Assista ao vídeo completo de Adriano Carmo, em que ele desmente a versão da Prefeitura e mostra a realidade no local da obra: