Médicos que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Nova Odessa enfrentam atrasos salariais que já se estendem por quatro meses. Segundo relatos, a Prefeitura não efetuou os pagamentos referentes aos serviços prestados entre março e junho deste ano.
Uma das profissionais, que preferiu não se identificar, afirmou que só recebeu os valores referentes aos meses de março, abril e maio na última sexta-feira, após pressionar a administração e ameaçar acionar a imprensa local. O pagamento de junho segue em aberto.
A profissional também relatou a precariedade no atendimento e nas condições de trabalho. De acordo com ela, a própria gerente da unidade a alertou, logo que assumiu o posto, para “fazer o mínimo”, pois, segundo disse, “a saúde de Nova Odessa é assim” e que “não adianta se preocupar, porque a saúde daqui é um caos”.
A denúncia expõe um cenário preocupante e coloca em xeque a gestão da saúde pública municipal, especialmente num momento em que a valorização dos profissionais da área deveria ser prioridade.
Apesar da situação crítica enfrentada pelos servidores da saúde, a Prefeitura de Nova Odessa anunciou, na última quinta-feira (10), a chegada de R$ 250 mil em recursos federais para o Fundo Municipal de Saúde. Segundo a administração, os valores representam um reforço importante e serão destinados a exames de alta complexidade e insumos para a UTI.
O anúncio, porém, causou reação negativa entre profissionais da área e moradores da cidade. Em meio a atrasos salariais de médicos, precariedade nas UBSs e relatos de desmotivação entre os servidores, a promessa de “atendimento ainda mais qualificado”, feita pelo prefeito Leitinho (PSD), contrasta com a realidade enfrentada pela rede municipal de saúde.
Até o momento, a Prefeitura de Nova Odessa não se manifestou sobre os atrasos ou as críticas à estrutura das unidades de saúde.