
Uma denúncia de possível homofobia dentro da Prefeitura de Nova Odessa será investigada pela Polícia Civil. O diretor da Câmara Municipal, Lucas Camargo, registrou boletim de ocorrência dizendo que foi vítima do secretário-adjunto de Governo da Prefeitura, Moises de Jesus Lima, que é pastor.

Lucas disse no registro policial que em uma reunião em que estavam o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), o vice-prefeito Alessandro Miranda, o Mineirinho (União), secretários municipais e pastores, Moises teria solicitado uma oração a Lucas porque a “Câmara tem homossexual assumido ocupando o cargo”.
No registro policial, Lucas disse ainda que outros pastores chegaram a informar a situação a Leitinho depois da reunião. O denunciante relatou que, durante a reunião, foram feitas declarações que configuram discurso discriminatório.
Lucas afirmou na ocorrência que está revoltado com o caso. Em resposta à denúncia, a subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Nova Odessa emitiu uma nota oficial de repúdio condenando a homofobia e pregando um país livre de discriminação e violência.
A denúncia foi feita junto à Polícia Civil, que deve fazer as apurações do caso e verificar se houve ato de homofobia. Lucas também disse no boletim de ocorrência que há vídeos nas redes sociais em que o secretário-adjunto realiza o que chamou de “discurso de ódio”.
O caso também pode ser levado ao conhecimento do Ministério Público, que poderá acompanhar futuras investigações. A denúncia gerou forte reação em Nova Odessa pelas redes sociais.
No início da semana, o vereador Paulo Porto (PSD) apresentou a moção n°4/2025 que repudiou o caso. “Tenho muito orgulho de ser o primeiro vereador homossexual assumido e o mais jovem desta legislatura de Nova Odessa, além de ter alcançado um grande número de votos que me permitiu ser o segundo mais votado da eleição. Não vou tolerar crimes de ódio contra quem quer que seja, independente de quem os cometa”, destacou o vereador. A homofobia é crime.
Para a mídia, o prefeito disse que não compactua nem tolera qualquer tipo de intolerância ou preconceito em sua gestão. O prefeito afirmou que, graças a estes princípios de tolerância e igualdade, a Legislatura 2025-2028 da Câmara Municipal é também a mais representativa da história da cidade. Isto porque sua Coligação “Continuar Cuidando de Nova Odessa” elegeu dois vereadores pretos (Oséias Jorge e Marcelo Maíto), duas mulheres (Marcia Rebeschini e Priscila Peterlevitz, que também representa a Causa Animal) e um LGBTQIAPN+ (Paulo Porto).
O prefeito falou que acompanha os desdobramentos da situação envolvendo supostas declarações de Moisés Lima e sem adiantar qualquer juízo de valor orientou o secretário-adjunto a esclarecer pessoalmente sua fala ao diretor da Câmara, Lucas Camargo.