Considerado ‘peça-chave’ dentro do processo que investiga suposta infração político administrativa do prefeito de Monte Mor, Edivaldo Brischi, o secretário de Saúde de Nova Odessa, Silvio Corsini, será ouvido nesta manhã pelos vereadores que compõem a CP (Comissão Processante) que apura possíveis pagamentos indevidos ao Cismetro (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Metropolitana de Campinas). Corsini era o titular da pasta quando os supostos pagamentos teriam sido realizados. O resultado das investigações pode levar a cassação do mandato de Brischi, que foi ouvido ontem pelos parlamentares.
A denúncia que levou à abertura da Comissão Processante em Monte Mor foi feita por um morador da cidade e dá conta do suposto pagamento de aproximadamente R$ 700 mil feitos pela Secretaria de Saúde ao Cismetro por serviços médicos efetivamente não realizados. Em Monte Mor, Silvio Corsini ficou 10 meses – ao longo de 2021 – como o “número 1” da Saúde e foi exonerado no final de outubro junto com outros 32 comissionados, numa “faxina” promovida por Brischi. Dias depois, assumiu a pasta em Nova Odessa a convite do prefeito Leitinho.
“As oitivas acontecem com a participação restrita aos membros da Comissão e aos depoentes e representantes legais. Entretanto, as informações sobre os depoimentos serão divulgadas ao público, em momento oportuno. (O presidente da comissão) acrescenta, ainda, que não concederá entrevista neste momento, mas que os resumos dos trabalhos da Comissão serão divulgados em publicações institucionais no site oficial da Câmara, atendendo ao princípio da transparência”, trouxe a nota do presidente da Comissão Processante, vereador Nelson Almeida.
PELÉ QUESTIONA TAMBÉM
Pagamentos ao Cismetro também estão na mira da Câmara de Nova Odessa. Na segunda-feira, os vereadores aprovaram requerimento apresentado pelo presidente do Legislativo, Élvis Garcia, o Pelé, sobre quantias repassadas pela prefeitura ao consórcio.
De acordo com o parlamentar, no Portal da Transparência da Prefeitura de Nova Odessa constam dois empenhos emitidos em favor do consórcio, nos valores de R$ 171,6 mil e R$ 34.860, ambos datados desse ano. No requerimento Pelé explica que a Câmara autorizou o Município de Nova Odessa a participar do Cismetro no ano passado. De acordo com o contrato de rateio para o custeio das ações estabelecidas para o exercício de 2021, que instruiu o Projeto de Lei n. 93/2021, o valor anual previsto a ser despendido no exercício passado era de R$ 108,8 milhões.
A cota fixa para cada município era de R$ 10,4 mil mensais, perfazendo o valor anual de R$ 1,8 milhão.
“No estudo de impacto financeiro apresentado junto à justificativa do projeto para ser aprovado pela Câmara, a prefeitura informava que haveria economia para o município com a contratação do consórcio. Apresento o requerimento para obter informações e averiguar se realmente houve economia”, disse Pelé. O parlamentar questiona se houve algum pagamento ao consórcio no exercício de 2021 e no exercício de 2022. Se a resposta for positiva, Pelé pergunta qual o valor pago e quais os serviços prestados.