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Paciente fica com ossos deformados e cobra R$ 708 mil de indenização da Prefeitura

Morador acionou município na Justiça por mau atendimento no Hospital Municipal após sofrer fratura no platô tibial devido a um acidente de trânsito e constatar a colagem irregular dos ossos da perna

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Hospital Municipal de Nova Odessa é acusado de negligência e omissão no atendimento

Paulo Medina
redacao@jno.com.br

Um morador do Recanto Las Palmas, em Nova Odessa, entrou com uma ação judicial contra a Prefeitura, solicitando uma indenização no valor de R$ 708 mil por danos materiais, morais e estéticos, alegando negligência e erro no atendimento médico. Luciano Jesus Damaceno, que ficou incapacitado de trabalhar após sofrer uma fratura no platô tibial esquerdo em um acidente de trânsito, afirma que o erro médico durante seu tratamento resultou na colagem irregular dos ossos da perna, comprometendo permanentemente sua mobilidade.
O caso teve início em julho de 2022, quando Damaceno foi levado ao Hospital Municipal de Paulínia, onde foi diagnosticado com fratura na tíbia esquerda. Na ocasião, foi submetido à colocação de um fixador externo para conter o dano e foi orientado a buscar tratamento cirúrgico no Hospital Municipal de Nova Odessa após cinco dias. Ao chegar ao hospital local, no entanto, o ortopedista exigiu a realização de uma tomografia, sem a qual não poderia realizar o procedimento.
Sem condições financeiras para custear o exame, Damaceno só conseguiu a tomografia no início de agosto. Quando voltou ao hospital com o resultado do exame, já era tarde demais para o procedimento cirúrgico adequado. Segundo o relato, os ossos colaram de forma errada e, mesmo com a extração do fixador realizada meses depois, ele ficou com sequelas permanentes, como a incapacidade de flexionar o joelho e a necessidade de usar muletas para se locomover.
Na ação, Damaceno acusa o hospital e a administração municipal de negligência, afirmando que o Sistema Único de Saúde, que deveria garantir o atendimento adequado, falhou em prestar o serviço de forma eficaz e dentro do tempo necessário. Como consequência, o morador afirma que perdeu a capacidade de exercer seu ofício de pedreiro, sua única fonte de renda, o que lhe causou prejuízos financeiros, psicológicos e físicos.
A ação acusa que houve omissão por parte dos profissionais de saúde. Além de responsabilizar a Prefeitura, o morador busca uma indenização que compreende danos materiais, morais e estéticos. O caso agora aguarda decisão judicial.

OUTRO CASO
Nesta quinta-feira o JNO mostrou que a paciente da rede municipal de saúde, T. S. S., moradora do Jardim Marajoara, cobra na Justiça uma indenização da Prefeitura de Nova Odessa por danos morais e estéticos devido a um procedimento mal-sucedido de inserção do dispositivo intrauterino DIU na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro.
Logo após o procedimento, T. percebeu que o DIU não estava fixado corretamente, levando-a a retornar à UBS dois meses depois, onde foi substituído por um segundo DIU. A situação piorou quando, após a segunda inserção, a paciente começou a sentir dores intensas na região abdominal, especialmente ao urinar. As dores eram tão severas que a impediam de andar e realizar atividades diárias, levando-a a depender de analgésicos para suportar a dor. Ao procurar novamente a UBS, foi informada que as dores eram normais nas primeiras semanas pós-procedimento.
Apesar da recomendação médica de realizar um exame transvaginal um mês após a inserção do DIU, T. só conseguiu agendar o exame seis meses depois devido à alta demanda de pacientes. Em abril de 2024, durante a consulta, foi constatado que o DIU não estava no útero. Uma tomografia subsequente revelou que o dispositivo estava localizado no abdômen.
Para remover o DIU, T. precisou ser submetida a uma cirurgia. Durante o procedimento, os médicos identificaram e suturaram uma lesão de 3 cm na bexiga da paciente. No pós-operatório, a paciente precisou ficar 15 dias com uma sonda vesical para drenagem contínua da urina e foi acompanhada por uma enfermeira da municipalidade em casa.
A Prefeitura não comentou as ações de indenização propostas.