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Um 2018 mais promissor

Em contraste com os últimos anos, 2018 começa com perspectivas positivas para o brasileiro. Não se espera nenhum desempenho espetacular da economia, mas a previsão do mercado, de crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), já representa um bom avanço depois de anos do País afundado na pior recessão da sua história.
Mesmo que calcado na informalidade e nas vagas de baixa qualidade, o desemprego está diminuindo. A inflação tampouco deve dar sustos este ano, segundo os cálculos dos economistas, mantendo-se dentro da meta de 4,5% estabelecida pelo Banco Central. Temos, então, uma combinação de fatores favoráveis.
Em relação ao empreendedorismo, a expectativa é que aumente o número de negócios surgidos de oportunidades, ou seja, planejados e mais bem estruturados desde seu início. Uma mudança significativa se considerarmos que a crise impulsionou o nascimento de empresas por necessidade, aquelas que o responsável monta porque não viu outra opção para obter renda nem fez uma preparação adequada.
Em 2016, mesmo com toda a dificuldade econômica, houve leve aumento na proporção de negócios abertos por oportunidade, de 56,5% para 57,4%, e foi o primeiro desde 2013, de acordo com a pesquisa GlobalEntrepreneurship Monitor (GEM). Mesmo longe dos 70% de quatro anos atrás, é de se comemorar qualquer alta, além da existência de um cenário mais promissor, como se desenha 2018.
Empresas nascidas de oportunidades costumam ser mais longevas. Cabe aqui repetir que só sobrevivem as bem geridas. Levantamento do Sebrae-SP mostra que as empresas fecham durante seus primeiros cinco anos de vida principalmente por pecarem no planejamento, na gestão e no comportamento do empreendedor.
Em relação a este último item, é importante ressaltar que o dono do negócio deve ter sempre a cabeça aberta para fazer os ajustes no empreendimento quando preciso. Isso inclui inovar: o que dá certo hoje, pode não funcionar amanhã. Sabemos que, no geral, o ser humano é avesso a mudanças, entretanto, é fundamental vencer esse tipo de resistência. Quem permanece estático logo é superado, fica obsoleto.
Que 2018 traga boas novas para o empreendedor.
Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP.