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Esperança para 2017

Assim que Michel Temer assumiu a Presidência do Brasil, manifestei o pensamento de várias pessoas sobre o que seja o pior problema da economia brasileira: os juros! Não os juros do Banco Central, que são realistas (6,5% de inflação mais 6,5% de juros de poupança dão 13,4% ao ano), mas o crime de usura de mais de 15% ao mês que o cartão de crédito e o cheque especial cobram de consumidores incautos, ou seja, a maioria da população. Exploração que bancos públicos também cometem.
E, agora, finalmente, o presidente Temer anuncia a redução dos juros extorsivos. Não está claro ainda por quais mecanismos, mas certamente ele dispõe dos bancos públicos para começar a revolução.
Outra medida importante é o saque do FGTS de contas que estavam inativas em dezembro de 2015, sem ter que esperar os três anos. Isso permitirá que 10,2 milhões de trabalhadores saquem seu saldo do FGTS, o que pode representar uma injeção na economia de cerca de R$ 30 bilhões e que vai movimentar 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto).
A Dilma e seus petralhas destruíram a economia do país e as estatais, roubando ou por total incompetência. Temer, por sua vez, está implementando o que é visto como consenso entre economistas e políticos para conter a crise econômica. A começar com os cortes de gastos do governo. A aprovação da PEC do teto de gastos foi uma vitória política importante.
O país estava à beira do abismo, congressistas e juízes do Supremo conseguiram superar as enormes dificuldades de 2016 e sustentaram um governo novo. E novos desafios aguardam o presidente Michel Temer em 2017. As investigações da Operação Lava-Jato atingiram o patamar político e o Congresso ainda tem que votar medidas polêmicas.
Esse desafio é o mesmo que Dilma enfrentou antes do impeachment, a diferença é que Temer tem apoio do Congresso, do STF e dos empresários. A crise nos estados, que atingiu o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás deve atingir outros, piorando o quadro da crise fiscal. A maioria das prefeituras também deve apresentar problemas semelhantes. Isso deverá exigir um novo pacto político.
Logo no início do ano, haverá a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado. E o governo deverá ser mais competente do que o PT foi, isso para eleger parceiros confiáveis e sem criar problemas na base. Dilma falhou aí, quando tentou aniquilar Eduardo Cunha.
A Operação Lava-Jato é a incógnita maior, são 800 depoimentos de 77 executivos da empreiteira que aguardam homologação do ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal. Neste mesmo bolo, temos no Congresso a lei de abuso de autoridade, as dez medidas contra a corrupção e os supersalários do Judiciário. Com tanto poder explosivo, o bom senso deve surgir nesta guerra fria ou guerra de nervos.
Outra incerteza é o julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cassação de Temer causaria a eleição indireta do presidente, algo que ainda não experimentamos em nossa jovem democracia. Que 2017 seja o ano do bom senso!