Começo de julho. Metade do ano ficou para trás. E eu, como a doida das metas que sou, sentei para rever o que planejei em janeiro. O curioso é que, ao reler aqueles objetivos escritos com tanta convicção, percebi que foram feitos com base em quem eu era, e no que eu sabia, seis meses atrás. E muita coisa mudou desde então.
Logo nos primeiros meses do ano, a vida tomou um rumo inesperado. Tive que reorganizar a rotina, rever minhas prioridades, renegociar combinados que eu tinha feito comigo mesma. Nem tudo saiu como eu previa. Ainda bem.
Tem uma música que aluga um condomínio inteiro na minha cabeça que diz: o futuro já sabia, mas a gente ainda não. (obrigada por ela, Mariana Aydar e Chico Cesar <3). Ela me faz pensar em como pequenas escolhas de agora moldam caminhos que só vamos entender mais adiante.
Às vezes, a gente precisa mudar a rota, rever planos, reorganizar a vida. E tudo bem. A organização pode ser uma ferramenta poderosa desde que não se transforme numa prisão. A vida não precisa caber num vision board bonitão.
O que tenho tentado é equilibrar. Fazer um pouco por dia, com disciplina, mas sem desespero (ensinamento do meu marido. Oi, amor). Porque o que é pra ser, encontra caminho. Mesmo que a gente ainda não saiba.
Talvez esse texto soe como um amontoado de clichês. Ou como uma colagem aleatória de homenagens a pessoas. E, de certo modo, é mesmo. Mas tem dias em que é isso que segura a gente: essas pequenas verdades repetidas, esses lembretes simples que insistem em nos acompanhar quando o caminho balança.
Para esse segundo semestre, não tenho uma lista longa de metas. Tenho um desejo simples: continuar. Respirar fundo. Manter a cabeça no lugar. Fazer o que dá, com o que tenho.
E confiar que as coisas acontecem quando e porque têm que acontecer. A gente faz a nossa parte. O resto, deixa com o universo.
Texto: Mariana Ciscato (jornalista, pedagoga e mestranda em Educação, Arte e História da Cultura. Escreve sobre desenvolvimento de carreira, educação e expressões culturais).