Paulo Medina
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As UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de Nova Odessa estão enfrentando falta de vacinas contra catapora (varicela), deixando uma lista de espera de crianças que aguardam pela imunização. Na cidade, quando novas doses chegam, as famílias são chamadas para aplicar a vacina. No entanto, o problema tem causado preocupação.
Em meio ao desabastecimento, que também afeta outras cidades da região, do Estado e do país, a CNM (Confederação Nacional de Municípios) fez um apelo ao governo federal devido à falta de vacinas.
Uma pesquisa recente da CNM revela que seis em cada dez municípios estão enfrentando a falta de imunizantes, especialmente os destinados a crianças, como o da varicela. O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 municípios.
O Ministério da Saúde reconheceu oficialmente o problema, atribuindo a falta de vacinas a questões de fabricação, logística e demanda. Apesar dos esforços para resolver a situação, a pasta informou que a normalização do estoque de vacinas contra varicela, meningite C e tetraviral só deve ocorrer em 2025, sem previsão para outras vacinas, como a da febre amarela.
Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, destacou a pressão sobre os gestores municipais para garantir a cobertura vacinal. “A vacinação sempre foi uma das principais políticas de saúde do Brasil, reconhecida mundialmente. Enfrentar a falta de vacinas em tantos municípios é extremamente preocupante. A reversão desse cenário não pode esperar até 2025”, afirmou Ziulkoski.
Além da varicela, outras vacinas essenciais, como a da Poliomielite, também estão em falta em diversas cidades. A pesquisa da CNM apontou que a vacina oral contra a Poliomielite (VOP) e a injetável (VIP) estavam em falta em 65 e 52 municípios, respectivamente. Isso aumenta o risco da reintrodução de doenças já eliminadas no Brasil, como a poliomielite, cujo último caso foi registrado há 35 anos.
A queda nas coberturas vacinais também é alarmante. Em um estudo divulgado pela CNM no início deste ano, foi revelado que a média de cobertura de todas as vacinas de rotina caiu de 83,8% em 2014 para 66,2% em 2023. Essa redução de 17,6% em menos de uma década coloca o país em alerta, já que doenças como o sarampo voltaram a aparecer no Brasil desde 2018, após anos de controle.
OUTRO LADO
A Vigilância Epidemiológica de Nova Odessa informou que “tem enfrentado demora no recebimento de vacinas contra a varicela, que são fornecidas pela Secretaria de Saúde do Governo do Estado de SP”. “Por isso, o órgão orientou as UBSs municipais a manterem uma lista das crianças na idade de receber o imunizante, para que, quando chegam as doses, essas famílias sejam convocadas a levarem suas crianças à UBS de referência”, disse.
“A varicela realmente tem faltado bastante. Quando essa vacina chega, ligamos para as mães trazerem as crianças. Assim, aos poucos, vamos colocando as doses de vacinas em ordem nos cartões das crianças”, comentou a coordenadora Paula Mestriner.