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Nova Odessa encerra maio com sete mortes suspeitas por dengue em investigação

Dados do Painel da Dengue revelam que cidade já contabiliza 3.179 casos confirmados da doença em 2024, o que representa 5% da população contaminada só este ano; Nova Odessa registra a epidemia mais severa da região

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Paulo Medina
redacao@jno.com.br

Nova Odessa encerrou o mês de maio nesta sexta-feira (31) com sete mortes suspeitas por dengue em investigação pelo Instituto Adolfo Lutz. A cidade já contabiliza 3.179 casos confirmados da doença em 2024, o que representa 5% da população local contaminada só este ano, configurando a epidemia mais severa da região.
Os dados são do Painel da Dengue do governo estadual e destacam a gravidade da situação em Nova Odessa. Além das sete mortes suspeitas, há uma morte confirmada pela doença e cinco casos considerados graves no município. A cidade está em estado de emergência para dengue desde março.
Com 5% da população contaminada, a cidade enfrenta uma pressão sem precedentes sobre o sistema de saúde. O número crescente de casos tem sobrecarregado o Hospital Municipal e o PA (Pronto Atendimento) do Jardim Alvorada, dificultando o tratamento de pacientes. Pessoas com sintomas de dengue chegaram a ficar sentadas no chão à espera por atendimento devido à superlotação das unidades de saúde. A situação gera preocupação entre os moradores, que temem pela própria saúde e pela saúde de seus familiares.
O vereador Paulinho Bichof, um defensor ativo das ações contra a dengue, reiterou a importância de continuar as medidas preventivas mesmo durante o inverno. “A dengue não tira férias, e o mosquito Aedes aegypti continua por aí, buscando oportunidades para se proliferar” alertou Bichof em um de seus posicionamentos sobre a epidemia.
Os moradores de Nova Odessa estão com ansiedade e medo. “Estamos muito preocupados com essa situação. Temos que fazer nossa parte, mas também precisamos de mais apoio e ações das autoridades,” comentou Maria Aparecida.
Recentemente, a Prefeitura informou que as equipes antidengue chegaram à marca de 38.378 ações contra o mosquito Aedes aegypti adulto, na soma desde 1º de janeiro. Apenas no trabalho de BCC (Busca Casa a Casa), foram feitas 10.301 visitas domiciliares pela equipe, formada por dez profissionais que atuam de segunda a sábado na “guerra” contra o Aedes aegypti. Desse total, 6.540 imóveis foram visitados e vistoriados em busca de criadouros durante a semana passada, e 3.761 aos sábados, nos chamados “mutirões”. A equipe fez ainda 10.037 ações diversas de outras naturezas e promoveu a nebulização veicular em mais de 17,4 mil imóveis da cidade, segundo a Prefeitura. As nebulizações ocorrem sempre no início da manhã ou final da tarde, em localidades com dois ou mais casos positivos de dengue.
Para reduzir efetivamente a incidência da doença, a coordenadora do Setor de Zoonoses do Município, Paula Faciulli, ressaltou mais uma vez que é essencial a participação ativa da própria população, na busca e eliminação de todo e qualquer material que posso acumular água parada nas residências, quintais, terrenos e estabelecimentos.
“Isto porque o Aedes é praticamente um ‘animal doméstico’: de 80% a 90% dos ‘berçários’ (criadouros) do mosquito Aedes são encontrados no interior dos imóveis particulares. Principalmente em material acumulado, como embalagens, garrafas, pneus, vasos, mas também em calhas, ralos e box de banheiros, entre outros”, destacou a médica veterinária.