Enquanto a população enfrenta dificuldades com a falta de investimentos em saúde, infraestrutura e serviços básicos, o prefeito Cláudio Schooder, o Leitinho (PSD), continua apostando em uma velha tática política: culpar o ex-prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza (2013–2020) pelos problemas que ele próprio não conseguiu resolver desde que assumiu o comando da cidade.
Nesta semana, Leitinho anunciou que a Prefeitura terá de pagar R$ 6,9 milhões em uma indenização à empresa Sun Bloom por conta de uma desapropriação feita em 2015 — há uma década. A área foi utilizada para o prolongamento da Avenida João Pessoa, numa obra de mobilidade urbana planejada para atender ao crescimento da cidade. Mas para o prefeito, trata-se de um “erro da gestão passada”, mesmo a Justiça já tendo decidido, em duas instâncias, que a indenização era devida.
Em entrevista à rádio Zé FM, Leitinho afirmou que, por causa desse pagamento, vai deixar de quitar dívidas com mais de 100 fornecedores e entidades. Disse ainda que ações como essa o impedem de “comprar remédios ou pagar médicos”. Um discurso dramático que parece querer esconder a incompetência da atual gestão em planejar, negociar e, principalmente, assumir os próprios atos.
Anos depois, a culpa ainda é dos outros?
A pergunta que ecoa nas ruas de Nova Odessa é simples: até quando o prefeito vai se esconder atrás do passado? Leitinho já teve tempo suficiente para organizar as contas públicas, rever contratos e fazer planejamento. Foi reeleito, tem base política e não pode mais agir como se ainda estivesse começando.
Seu vice, Alessandro Mirando, o Mineirinho, também compartilha do silêncio conveniente. Nenhum dos dois demonstra capacidade de liderança para resolver a situação — preferem mirar o retrovisor e responsabilizar quem deixou o cargo em 2020.
A verdade sobre a desapropriação
A área em questão foi declarada de utilidade pública em 2015, por decreto, e a empresa Sun Bloom ainda realizou, sem custos ao poder público, a pavimentação e a instalação de galerias pluviais. O valor da indenização, inicialmente de R$ 1,7 milhão, nunca foi pago. A empresa então recorreu à Justiça em 2019, ganhou a causa em 2020, e desde então o processo arrasta-se, com decisões mantidas em todas as instâncias.
O ex-prefeito Bill afirma que a Prefeitura poderia ter recorrido à instância superior, mas a equipe de Leitinho perdeu o prazo. Ele lembra que deixou R$ 34 milhões em caixa e que a dívida na época era de apenas R$ 2 milhões. “Empurraram com a barriga”, criticou. E com razão.
Falta de planejamento, excesso de desculpas
O mais preocupante é que Leitinho parece usar essa dívida como justificativa para tudo: falta de atendimento, atraso em obras, corte de serviços. Enquanto isso, a população paga a conta da má gestão. A administração atual teve tempo, recursos e autonomia para resolver o problema — mas preferiu deixar rolar, e agora transfere o peso para o povo.
Ao invés de agir com responsabilidade e buscar soluções, o prefeito opta por um discurso pronto, jogando para a plateia e desviando o foco da ineficiência de sua própria equipe. Mineirinho, por sua vez, segue calado, como se não tivesse nenhuma parcela de responsabilidade no caos administrativo.
Nova Odessa merece mais do que desculpas
A cidade precisa de governantes que assumam seus compromissos, que saibam planejar, prever riscos e, acima de tudo, que parem de culpar gestões anteriores por tudo o que não conseguem entregar. A conta chegou — e não é só da indenização: é da paciência esgotada da população com desculpas esfarrapadas.
Se Leitinho e Mineirinho não conseguem resolver, que ao menos tenham coragem de admitir seus erros. Já passou da hora de parar de empurrar a culpa para quem já saiu do cargo. Nova Odessa precisa de soluções — e não de discursos repetidos.
O Jornal de Nova Odessa reforça que seu espaço segue aberto para que o prefeito Cláudio Schooder e o vice-prefeito Mineirinho possam se manifestar, apresentar suas explicações ou prestar esclarecimentos à população. Transparência e responsabilidade são pilares da democracia — e nós seguimos firmes nesse compromisso.