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Suplente de vereador é preso por corrupção

Ele foi preso acusado de pedir propina em exame de motorista

Wladiney Pereira Brigida em sessão na Câmara de Nova Odessa

O suplente de vereador Wladiney Pereira Brigida, conhecido como Polaco, foi preso na cidade de Itatinga suspeito de cobrar propina para facilitar a aprovação no exame para tirar a Carteira Nacional de Habilitação. Polaco é suplente da vereadora Carol Moura (Podemos), diretor do SSPMANO (Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Nova Odessa) e presidente do partido Solidariedade.

O crime aconteceu no dia 27 de março. Polaco era perito do Detran em Itatinga. De acordo com informações registradas pela Polícia Civil, Polaco e uma funcionária de autoescola da cidade cobravam entre R$ 100 e R$ 150 para garantir a aprovação no exame para a primeira habilitação ou para alteração de categoria. O esquema foi descoberto porque uma das vítimas, após pagar R$ 150 para ser aprovado no exame para mudança de categoria de sua CNH, fez a denúncia à Polícia Civil.

De acordo com a vítima, que está desempregada, ele foi reprovado no primeiro exame. Logo depois, foi procurado pela funcionária da autoescola, que solicitou o valor de R$ 150 que seria repassado a Polaco, garantindo assim a aprovação no exame. A vítima fez o pagamento, mas antes fotografou as notas. Após o pagamento, foi aprovado no exame.

Inconformado com a cobrança de propina, o rapaz procurou a Delegacia de Polícia Civil, informou o que havia acontecido e apresentou as fotos das notas utilizadas para o pagamento.

Policiais civis encontraram a funcionária e as notas fotografadas. Ela informou à Polícia que o pagamento seria destinado a Polaco. Os policiais prenderam os dois em flagrante e outras pessoas procuraram a delegacia para relatar que também haviam sido vítimas da dupla.

No dia 28 de março, o juiz Wellington Barizon, responsável pela Vara Criminal do Fórum de Itatinga, estipulou fiança no valor de dez salários mínimos, reduzida posteriormente para o valor de R$ 4.770. Os dois acusados alegaram não possuir recursos, porém o juiz afirmou que “é de se observar que em um dia eles alcançaram com sua prática quantia superior a R$ 500”.

Polaco e a outra acusada pagaram a fiança e deixaram a prisão em liberdade provisória. No alvará de soltura o juiz ressalta, porém que os dois devem ser afastados da função pública. De acordo com os artigos do Código de Processo Penal citados no alvará, a pena, após condenação, é de dois a cinco anos de prisão e multa.

POLACO

Procurado pela reportagem, Wladiney Pereira Brígida não foi encontrado para comentar o caso.

SSPMANO

Procurado pelo JNO, o SSPMANO (Sindicato dos Servidores Públicos Municipal de Nova Odessa) informou que não irá se manifestar sobre o caso, e ainda esclareceu que Polaco, desde sua exoneração da Prefeitura de Nova Odessa, não é mais diretor do Sindicato.

 “Aluno está desempregado e ficou indignado”, diz delegado

O delegado de Itatinga, Antenor de Jesus Zeque, afirmou em entrevista à imprensa daquela região que a vítima que denunciou Polaco estava desempregada. “Esse aluno está desempregado e ficou muito indignado com a situação que lhe fora proposta. Foi até a própria residência, conseguiu emprestado esse dinheiro e aí, indignado, resolveu copiar as cédulas e a numeração existente nelas. Retornou ao local do exame, manteve contato com a funcionária da autoescola, entregando a ela esse valor e ela disse que ele poderia se considerar aprovado”, contou o delegado.

Itatinga tem cerca de 20 mil habitantes e fica na região de Bauru. A Polícia Civil dará continuidade nas investigações e outras quatro pessoas que também pagaram pela aprovação já teriam sido ouvidas pela polícia e liberadas.