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Secretaria de Saúde continua atuando pela prevenção à febre maculosa em Nova Odessa

Através de palestras e ações, Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental trabalham com setor de Zoonoses

Através da Vigilância Epidemiológica, a Secretaria de Saúde de Nova Odessa continua o trabalho intensivo de conscientização popular sobre os cuidados com a febre maculosa, doença que é transmitida pela picada do carrapato-estrela. As orientações são necessárias tendo em vista os diversos casos de mortes provocadas pela doença em Americana e a proximidade com o território novaodessense.

Na manhã da última quarta-feira. dia 11, foi a vez de um grupo de funcionários da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), responsável pelos serviços de água e esgoto no município, receber palestra com a enfermeira Paula Mestriner, responsável pela Vigilância Epidemiológica no município. Junto da Vigilância Ambiental e o setor de Zoonoses, tem sido feito também um trabalho de campo.

Leôncio Neves Ferreira, servidor da Vigilância Ambiental, colaborou na palestra da enfermeira. Ambos falaram a um grupo de funcionários da empresa, devido ao fato de parte deles percorrer margens das represas de abastecimento para a realização de serviços como poda e roçagem. “Como algum desses profissionais percorrem áreas de transmissão, é importante saber das orientações”, cita Mestriner.

“É importante que nós possamos informar a população de Nova Odessa sobre os riscos, num trabalho de prevenção contra a febre maculosa”, frisa a enfermeira. Uma das mortes confirmadas em Americana teve como um dos locais de provável infecção a área da Represa Recanto 2, situada na região da Fazenda Velha, em Nova Odessa, onde há placas informando dos riscos da doença e que é ‘proibido nadar’.

O carrapato-estrela, que serve de vetor da doença, se alimenta de sangue e, por isso, pode ser encontrado em animais como bois, cavalos, aves domésticas e roedores, como as capivaras, as principais hospedeiras. Para que ocorra a transmissão da febre maculosa, o carrapato infectado com a bactéria deve estar fixo ao menos quatro horas na pele das pessoas, não havendo transmissão entre pessoas.

Orientações

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, os locais com maior risco de transmissão na cidade são pesqueiros, todas as margens de represas e rios, assim como locais com circulação de capivaras e cavalos. Ainda de acordo com o órgão, nessa época mais seca do ano (entre abril e outubro), aumentam os riscos de aves, como pardal e pombas, carregarem os carrapatos para as residências.

“As áreas de transmissão são demarcadas e sinalizadas, mas infelizmente algumas pessoas não respeitam, seja invadindo as áreas mesmo com os avisos ou arrancando as placas de sinalização”, acrescenta a responsável pela Vigilância Epidemiológica. O carrapato-estrela carrega a bactéria que ocasiona os danos à saúde dos humanos e a maior concentração dos casos está na região de Campinas.

Segundo a Vigilância Epidemiológica, entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato infectado na pessoa, os sintomas da febre maculosa começam a aparecer. Entre eles está febre alta, calafrios, dores de cabeça e no corpo, principalmente nas costas e na panturrilha (‘batata da perna’), além de poderem surgir pontos avermelhados na palma da mão e na sola dos pés.

A orientação é que, caso a pessoa tenha tido contato com carrapato e apresente sintomas, procurar o Pronto-Socorro do Hospital Municipal ‘Doutor Acílio Carreon Garcia’. “Se esteve nesses tipos de locais, tirando ou não algum carrapato do corpo, e sentiu sintomas como febre e dores no corpo, deve procurar um médico e ressaltar isso a ele”, cita Mestriner. “Se a medicação com antibiótico não é dada logo no início dos sintomas, a doença avança e tem grande chance de matar”, completa.

Entre 2010 e 2018, foram registradas 38 notificações suspeitas de febre maculosa em Nova Odessa. Do total, sete casos foram confirmados e dois evoluíram para óbito: um morador de Sumaré, que contraiu a doença em Nova Odessa e morreu no Hospital Municipal em 2011 e o outro de um residente em Nova Odessa, que contraiu a doença em Sumaré e veio a falecer no ano de 2015.