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Saúde alerta sobre risco de reação grave ao tomar a vacina contra a febre amarela

Nova Odessa teve aumento de 233% na procura pela imunização após confirmação de casos em outros estados

Apesar de Nova Odessa não ser considerada uma área com risco de transmissão da doença febre amarela, o município registrou aumento de 233% na procura pela vacina. O problema, no entanto, é que por conter parte do vírus “vivo” na composição, a imunização pode provocar reações graves que podem levar o paciente à morte.
“É diferente de outras vacinas como a da gripe, por exemplo, que pode causar uma dor no local de aplicação. A vacina contra a febre amarela pode causar desde uma reação sistêmica que vai de sintomas da doença até uma reação mais grave que pode, inclusive, levar o paciente à morte”, é o que alerta a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, enfermeira Paula Mestriner.
Segundo ela, febre, dores de cabeça, no corpo e atrás dos olhos são alguns dos sintomas da febre amarela que podem ocorrer após a aplicação da vacina. Dois pacientes já tiveram reação a vacina.
“Não é uma imunização que faz parte do calendário de vacinas obrigatórias, justamente, por conta dos riscos que ela pode oferecer. Só devem tomar essa vacina as pessoas que realmente estarão expostas ao risco em áreas consideradas endêmicas como região norte, centro-oeste e interior do nordeste”, disse.
De acordo com balanço, o número de doses aplicadas semanalmente na Unidade Básica de Saúde 1, no Centro, saltou de 60 para 200. O aumento, segundo a Secretaria Municipal de Saúde ocorreu após a divulgação de casos positivos no estado de Minas Gerais.
“A RMC (Região Metropolitana de Campinas), Grande São Paulo e litoral não são áreas endêmicas e as pessoas que residem nessas regiões não precisam se preocupar em tomar a vacina. Devem tomar as vacinas apenas as pessoas que vão, de fato, se deslocar para as áreas de risco”, ressaltou a coordenadora.
A vacina pode ser aplicada em pacientes de nove meses a 59 anos. No entanto, pessoas com imunidade comprometida como pacientes em quimioterapia ou rádio, gestantes e mulheres amamentando, portadores de HIV/AIDS, em uso de corticoides ou alguma outra doença imunossupressora não podem tomar a vacina.
Outra recomendação é que, por conta do sistema imunológico ser comprometido naturalmente a partir dos 60 anos, idosos também precisam passar por avaliação com clínico geral nos postos de Saúde.
“Idosos podem até ter uma encefalite, que causa a inflamação do sistema nervoso central. Por isso, é preciso passar por uma consulta e avaliar os riscos aos sistema imunológico, antes de tomar a vacina”, alertou a enfermeira.

VACINAÇÃO
Como uma forma de organizar melhor o atendimento, a Secretaria de Saúde ampliou os dias de vacinação contra a febre amarela na UBS 1 (Unidade Básica de Saúde) 1, no Centro. O atendimento que antes acontecia somente uma vez por semana, agora, passará a ser realizado todas as terças e quartas-feiras, a partir das 7h, com distribuição de até 100 senhas/dia. A aplicação terá início às 7h30. A UBS 1 fica na avenida Carlos Botelho, no Centro. “Cada frasco contém 10 doses e, após aberto, se não utilizadas na totalidade elas devem ser descartadas em poucas horas, por isso, concentramos a aplicação somente em um local e dividindo em dois dias, além de evitarmos o desperdício, estamos também evitando grandes filas ou qualquer transtornos para os usuários”, afirmou o secretário interino de Saúde, Vanderlei Cocato.