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Prefeitura prepara ‘mutirão’ de exames médicos acumulados nos últimos dois anos

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O prefeito de Nova Odessa, Cláudio José Schooder, o Leitinho, e o secretário municipal de Saúde, o médico Nivaldo Luis Rodrigues, anunciaram na quarta-feira (10/02) que a Rede Municipal deve iniciar, ainda no primeiro semestre deste ano, um “mutirão” de exames solicitados e não realizados visando “zerar” a demanda reprimida – incluindo casos de pacientes que já estariam há dois anos na “fila”.

Uma estimativa preliminar da nova equipe gestora da Saúde Municipal, que assumiu em janeiro deste ano, aponta para a existência de até 8 mil pedidos de exames ainda sem atendimento na cidade (número que ainda está sendo melhor apurado pela equipe e que pode mudar). As maiores filas são para exames de imagem, incluindo raios-x e ultrassom, entre outros.
Os motivos para o tamanho expressivo dessa demanda reprimida podem incluir, segundo o secretário, fatores como a pandemia de Covid-19, que levou à suspensão temporária dos exames e procedimentos eletivos durante alguns meses do ano passado, entre outras causas a serem apuradas pela comissão.

A iniciativa será feita em duas frentes. Primeiramente, será montada pela Secretaria de Saúde, imediatamente, uma comissão técnica para fazer a análise, reavaliação e reaprovação dos pedidos de exames, classificando-os segundo seu grau de urgência e determinando as prioridades. Por isso, muitos pacientes devem ser contatados pela equipe técnica da pasta por telefone ao longo das próximas semanas e meses. Essa comissão deve contar com médicos, enfermeiros, advogados e assistentes sociais.

Paralelamente, já de posse de uma estimativa prévia dos pedidos ainda pendentes e necessários, a Prefeitura vai realizar a contratação desses exames junto a laboratórios privados. Também está em estudo a efetivação da figura do médico regulador de forma permanente na Rede Municipal de Saúde, mas para depois desse “mutirão” de exames retidos.

Uma parte da demanda reprimida e futura também deve ser atendida através de uma repactuação da quantidade de exames alocados para o Município pela CROSS (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) do DRS-7 (Departamento Regional de Saúde de Campinas).

De qualquer forma, os pacientes serão chamados aos poucos, diariamente, para realizar seus exames – sempre dentro da capacidade diária de atendimentos dos futuros fornecedores que serão contratados. Essa convocação será feita gradualmente e deve levar várias semanas, exatamente em função do tamanho da “fila” – o que vai demandar também um pouco mais de paciência das pessoas, apontou o secretário de Saúde.

“Vamos analisar e dimensionar esses ‘gargalos’, e então viabilizar formas de ‘zerar’ essas ‘filas’ nos próximos meses, provavelmente a partir do segundo trimestre. É um trabalho que vai levar meses e vai demandar uma atuação pesada da equipe da Saúde e dos laboratórios que vamos contratar, mas vamos fazer, porque nossa meta é cuidar de vidas, é salvar vidas – e uma vida, qualquer vida, não tem preço, porque cada pessoa é insubstituível”, afirmou o prefeito Leitinho.

“Vamos primeiramente levantar o tamanho exato dessa demanda reprimida, porque ouvimos muitas reclamações da comunidade, de pessoas que dizem estar há mais de dois anos aguardando o agendamento do exame. Mas já percebemos que existe realmente uma demanda muito grande. Queremos atender a nossa população, que está cobrando com razão”, adiantou doutor Nivaldo.

Para a secretária-adjunta de Saúde, a enfermeira Sheila de Moares, além da pandemia, há aparentemente outros fatores que permitiram o aumento exponencial dessa demanda reprimida por exames eletivos na Rede. “Houve claramente também uma ineficiência do sistema municipal de gestão (na área da Saúde). O fato é que, agora, existe uma demanda muito alta, que vamos ter que resolver”, apontou.

CROSS

Como exemplo, a especialista em Administração Hospitalar aponta o fato de que, ao menos nos últimos dois anos, foi detectado que a Prefeitura de Nova Odessa praticamente não utilizou as vagas para exames eletivos em hospitais e clínicas de referência na região disponibilizadas pela própria CROSS.

“O resultado é agora teremos que ir até o Departamento Regional de Saúde para conversar com a equipe de lá, expor o problema e tentar repactuar essas vagas, procurando formas de atender à nossa demanda reprimida e também aos casos mais urgentes (mas não de emergência) que continuam entrando na Rede Municipal. São serviços altamente especializados que temos que aproveitar, temos que usar. É algo muito importante para a cidade”, apontou Sheila.