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Prefeito Leitinho recebe voluntárias da Pastoral de Rua de Nova Odessa

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Dois padres e duas das voluntárias da Pastoral de Rua de Nova Odessa foram recebidos na segunda-feira (1º/03) pelo prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho, para debater a possibilidade de criação, na cidade, de uma “casa abrigo” diurna para atender as pessoas em situação de rua da cidade com alimentação gratuita, local para banho e higiene pessoal e ações de apoio psicossocial. Atualmente, a “sede” da Pastoral é a residência de sua fundadora, Rosa Miriam Lobo Duarte, no Jardim Alvorada.

Participaram da reunião os padres Paulo Martins Junior e Luís Casemiro, da Paróquia Santa Josefina Bakhita, o secretário municipal de Assuntos Jurídicos, Fábio Sória, a também voluntária da Pastoral de Rua de Nova Odessa Regina de Freitas. O grupo de voluntários conta com cerca de dez pessoas no total.

Segundo o grupo, Nova Odessa tem, atualmente, cerca de 18 a 20 pessoas em situação e rua, a grande maioria formada por adictos de álcool ou entorpecentes. Sensibilizado pela causa, o prefeito Leitinho confirmou que sua gestão iniciará imediatamente estudos e análises em busca de formas legais de ajudar a Pastoral, principalmente quanto às questões materiais e de custeio. Esta análise jurídica deve levar até três meses.

“A gente vê a importância social do trabalho que a Pastoral de Rua faz, e temos toda a boa vontade de ajudar vocês. Só quero que a gente faça tudo da maneira correta, para não termos problemas posteriores na Justiça ou no Tribunal de Contas. Nosso Jurídico vai agora procurar essas formas de ajudar, e ai a gente volta a conversar em breve”, afirmou o chefe do Executivo aos religiosos.

“Hoje a Pastoral funciona na minha casa. Comecei esse trabalho há 5 anos, sozinha, servindo café da manhã para irmãos de rua de Nova Odessa, Sumaré e Americana. Era um dia muito frio, eu já tinha atuado na ‘Cracolândia’ em São Paulo, e estava morando em Nova Odessa havia 8 anos quando notei que não havia nenhum serviço social deste tipo aqui. Eu já era ministra e ajudava no trabalho social com distribuição de cestas básicas na Igreja Bakhita. Ai nesse dia frio peguei o que tinha em casa, fiz chocolate quente e chá, e fui distribuir”, contou Rosa Miriam.

Segundo a voluntária, “aquilo contagiou outras pessoas, porque eu havia encontrado gente abrindo sacos de lixo para procura o que comer, e isso mobiliza o ser humano a ajudar”. “Então eu e algumas pessoas da paróquia começamos a pedir doações. Minha casa lotou de agasalhos, cobertores, comida. Começamos com 14 voluntários, e ficaram oito – mais eu e meu marido”, acrescentou.

Atualmente, esse grupo distribui refeições a andarilhos e sem teto três vezes por semana – à quartas-feiras e domingos, à noite; aos sábados, de manhã. A entrega das refeições continua sendo feita em pontos de concentração de pessoas em situação de rua em Nova Odessa, Americana e Sumaré.

FAMÍLIAS

“Em Nova Odessa, temos poucas pessoas nesta situação, então poderemos fazer um trabalho mais elaborado, mais amplo, para realmente ajudar essas pessoas a saíram da situação de rua. Todos têm família, mas são dependentes químicos, então estão sempre na rua, nas calçadas. Às vezes melhoram, voltam pra casa, têm crise de abstinência, a família não compreende, e eles voltam pras ruas. Por isso queremos trabalhar também, nesse projeto com apoio da Prefeitura, as famílias dessas pessoas”, acrescentou a coordenadora da Pastoral.

Para ela, para cuidar de dependentes químicos, principalmente daqueles em situação de rua, “é preciso amar o próximo, em um ambiente acolhedor, em que eles se sintam seguros”. Por isso, num primeiro momento, a ideia é atender, no local escolhido para servir de sede dedicada ao projeto, com refeições (café da manhã, almoço e jantar), condições para banho e higienização pessoal e apoio, mas sem pernoite como em um abrigo tradicional – o que só deve acontecer, se viável, em um segundo momento, em local adequado.