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Prefeito Leitinho amplia leitos, mas admite colapso na saúde

Mesmo com a ampliação de leitos cidade vê suas unidades de saúde lotadas; ontem foram confirmados mais cinco novos casos de pacientes com Covid-19

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LiEm vídeo em que divul- gou a ampliação do número de leitos na Unidade Respira- tória, o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), admitiu, na terça-feira, que a saúde municipal já está em colapso, pediu a colaboração da população e afirmou que faltam insumos e medica- mentos. A prefeitura chegou a divulgar que já estudava a contratação de contêiners para evitar o colapso também no sistema funerário, mas recuou depois que o jornal O Liberal publicou a notícia e a repercussão foi negativa nas redes sociais. “Está um colapso na nossa saúde”, dis- se. “Está faltando pessoal pra trabalhar, faltando insumos, faltando medicamentos”, completou o prefeito. No mesmo dia a cidade bateu recorde de confirma- ções, com 113 casos positivos. Ontem, de acordo com as informações divulgadas pela prefeitura, foram cinco no- vos casos, totalizando 2.953 pacientes com Covid-19 con- firmado e 99 mortes desde o início da pandemia. A Secretaria de Saúde informou que o tempo de espera por um leito de UTI (Unidade de Terapia Inten- siva) era de seis horas há poucas semanas, mas atual- mente tem sido de sete dias. Foram montados 11 novos leitos no Hospital Municipal e Maternidade Dr. Acílio Carreon Garcia para atendi- mento Covid e dez já estavam ocupados na terça-feira. A Unidade Respiratória conta com 18 leitos, dos quais 13 estavam ocupados na ter- ça. Com a montagem de duas tendas na parte externa da unidade, o número de leitos deve chegar a 34, sendo dez novos leitos camas e seis em poltronas, segundo o secre- tário de Saúde, Nivaldo Luiz Rodrigues. “Nos últimos 15 dias, o número de pacientes com Covid-19 vem aumentando exponencialmente na ci- dade. A UR já chegou, em alguns momentos, a ter todos os seus 18 leitos ocupados, ainda que tenha caído um pouco graças às transferên- cias dos últimos dias para o hospital. A situação é extre- mamente crítica e, caso não ocorra de fato o isolamento social, o vírus vai continuar circulando, novas pessoas se- rão infectadas e mais pessoas precisarão de atendimento médico”, lamentou a coorde- nadora da Vigilância, Paula Mestriner. “Infelizmente, nossa ca- pacidade de atendimento está chegando ao limite e se esse ritmo (de novos casos graves) persistir, muitas pes- soas vão acabar não tendo chance de receber um aten- dimento adequado e poderão ser as próximas vítimas fatais da Covid-19”, acrescentou o secretário de Saúde. “Neste ano, a Prefeitura mais que dobrou o número de leitos. Mas o avanço de casos graves é maior que a nossa capacidade de atendi- mento. É fundamental que a sociedade adote o isolamento social para que possamos frear as infecções. Essa é a única alternativa para que possamos garantir a opor- tunidade de as pessoas se tratarem e ter a chance de lutar de forma digna contra o vírus”, acrescentou Paula. Em material divulgado para a imprensa às 16h10 de terça-feira, a prefeitura informou que “diante dos riscos à Rede Municipal, a Secretaria já estuda a utiliza- ção de novos espaços para a criação de mais leitos Covid, bem como a contratação de um contêiner frigorífico para condicionar os corpos das vítimas fatais do novo coronavírus e para evitar o risco de colapso do próprio sistema funerário”. A informação foi divulga- da às 18h pelo Jornal O Liberal, de Americana. Porém, às 18h55 a prefeitura informou, em novo material, que ha- via cometido um engano e encaminhado um texto de ‘rascunho’. A divulgação repercutiu negativamente nas redes sociais antes da prefeitura recuar.