Nova Odessa economizará R$ 600 mil por ano com usina que transforma esgoto em adubo

A entrega da obra reuniu o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, o diretor-presidente da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), Ricardo Ongaro, vereadores, secretários municipais, além de representantes de entidades da cidade e autoridades regionais ambientais

Nova Odessa deixará de gastar uma média de R$ 600 mil por ano com a destinação de lodo de esgoto, resíduo gerado durante o processo de tratamento de efluentes domésticos. Um passo importante para essa economia foi dado na manhã desta quarta-feira (7), com a inauguração da primeira usina de compostagem desse tipo de material orgânico da RMC (Região Metropolitana de Campinas). A entrega da obra reuniu o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza, o diretor-presidente da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), Ricardo Ongaro, vereadores, secretários municipais, além de representantes de entidades da cidade e autoridades regionais ambientais.

Durante a cerimônia – realizada no barracão da usina, um espaço de 1.250 metros quadrados construído na área da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Quilombo -, o prefeito fez um histórico da trajetória do município, que trata 100% de todo esgoto doméstico coletado desde 2015. “Quando assumimos a Prefeitura, apenas 7% do esgoto da cidade era tratado. Trabalhamos, investimos e hoje tratamos todo o esgoto que coletamos. Com a ampliação do tratamento, aumentou o volume de lodo e surgiu a necessidade de pensarmos numa destinação melhor para esse material. Ao inaugurar essa usina, além de tratarmos nossos efluentes integralmente, contribuindo com o meio ambiente, vamos economizar R$ 600 mil por mês”, afirmou Benjamim Bill Vieira de Souza.

O presidente da Coden, empresa responsável pelos serviços de água, esgoto e manejo de resíduos na cidade, destacou o ganho ambiental com o funcionamento da usina. “Em que pese o aterro sanitário ser um espaço apropriado e licenciado pela Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), ele não é a melhor alternativa ambiental. Com a compostagem do lodo, além de tirarmos uma média de 8,5 toneladas diárias do aterro, vamos usar as podas de árvore, cuja destinação é um problema para muitas prefeituras”, disse Ricardo Ongaro, anfitrião do evento. Atualmente, o lodo é descartado em um aterro particular, em Paulínia, ao custo de R$ 50 mil mensais. Ongaro observou ainda que o adubo poderá ser utilizado em parques, praças, jardins, áreas de reflorestamento, além de grandes culturas como eucalipto, cana-de-açúcar, milho e soja.

“Nas Bacias PCJ [rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí], Nova Odessa é um exemplo de município comprometido com a melhoria da qualidade da água e o tratamento de esgoto. A usina de compostagem é mais um empreendimento que nasce dessa vontade de melhorar as condições dos moradores da cidade”, afirmou a coordenadora de Projetos da Agência de Bacias PCJ, Elaine Franco de Campos. Elaine foi uma das fomentadoras do projeto, que recebeu R$ 1,652 milhão proveniente da cobrança pelo uso da água R$ 234,2 mil de contrapartida da Coden. A cobrança pelo uso da água é gerenciada pela Fundação Agência das Bacias PCJ, cuja decisão de distribuição é feita pelos Comitês PCJ.

O diretor-geral da Ares-PCJ ((Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí)), Dalto Brochi, ressaltou o compromisso ambiental da cidade. “Nova Odessa é exemplo não só para a Região Metropolitana de Campinas, mas para o Estado de São Paulo e para o país”, enfatizou Brochi.

Para o superintendente do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos), Valdemir Ravagnani, o “Mimo”, ao processar o lodo, o município cumpre mais uma meta estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei federal 12.305/10), que completou 9 anos no último dia 2. “A iniciativa de Nova Odessa mostra que é possível reciclar o orgânico. A gente fala muito em papel, plástico e alumínio, mas esquece de reciclar o orgânico”, avaliou o superintendente.

A compostagem consiste na mistura do lodo de esgoto com restos de podas de árvores e substâncias químicas, como óxido de cálcio e calcário. A licença para operação da usina foi emitida no final de junho pela Cetesb. De acordo com a Coden, a usina tem capacidade para produzir 160 toneladas de fertilizante orgânico por mês.

“A compostagem funciona a partir de um processo natural. A diferença é que no meio ambiente ele ocorreria em dois anos. Aqui, criamos todas as condições para que esse processo seja concluído em 60 dias”, explicou o engenheiro agrônomo Jonas Jacob Chiaradia, responsável técnico pela usina. Após o descerramento da placa inaugural, o engenheiro mostrou aos presentes todas as fases da compostagem.

Também participaram do evento os secretários de Obras e Planejamento Urbano, Elvis Garcia, o Pelé; Meio Ambiente; Edson Barros de Souza, o “Nenê Gás”; Governo, Wagner Morais; Saúde, Vanderlei Cocato; Educação, Claudicir Brazilino Picolo; Esportes, Cultura, Lazer e Turismo, Levi Tosta; Desenvolvimento Econômico, José Mário Moraes; Administração, Júlio Camargo; o chefe de Gabinete, André Faganello; e o chefe de Segurança Municipal, Franco Júlio Felippe. Representaram o Poder Legislativo os vereadores Carol Moura, Sebastião Gomes dos Santos, o “Tiãozinho”, e Avelino Xavier, o “Poneis”, além do parlamentar Gualter Amado, de Americana.

A solenidade ainda contou com a presença do diretor técnico da Coden, Eric Padela, o diretor financeiro, Daniel Cia Lorençatto, funcionários de diversos setores da companhia, alunos da Etec (Escola Técnica Estadual) “ Ferrucio Humberto Gazzetta” e do supervisor regional da Caixa Econômica Federal, Francisco Lelis Chicone. O Consórcio PCJ foi representado pela gerente técnica Andréa Borges e o coordenador de Projetos, José Cezar Saad.