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‘Minha missão foi humanizar o atendimento’, diz Cocato

Secretário de Saúde faz balanço dos quatro anos em que esteve à frente da pasta durante o governo do prefeito Bill

JNO: Cocato, fazendo um ‘raio-X’ da rede municipal de saúde, quais são os principais avanços nestes 8 anos, na sua avaliação?

COCATO: Todas as obras que nós realizamos, incluindo as reformas de todas as UBS’s, a ampliação da rede e a reestruturação do nosso complexo hospitalar, tiveram a finalidade de melhorar o atendimento e ampliar o acesso da população ao SUS [Sistema Único de Saúde]. No entanto, quando fui convidado pelo prefeito Bill para assumir a secretaria recebi a missão de trabalhar pela humanização do atendimento. Cada cidadão é único e precisa sentir isso quando entra numa unidade de saúde. Por isso, além das melhorias na estrutura física da rede, trabalhamos para conscientizar os nossos servidores sobre a importância da qualidade do serviço prestado. Para isso, além de adaptar os prédios, proporcionando mais conforto, privacidade e segurança a pacientes e acompanhantes, contratamos profissionais aprovados em concursos, investimos em capacitação e fazemos questão de externar a importância de cada servidor no atendimento à população. Tudo isso foi feito com gestão e planejamento, marcas do governo Bill.

JNO: Você falou em melhorias na estrutura física da rede municipal. Ao contrário de outras cidades, como Americana, por exemplo, que fechou postos de saúde nos últimos anos, Nova Odessa não apenas reformou os que já existiam, como construiu novas unidades nas regiões que mais cresceram…

COCATO: Exatamente. No governo do prefeito Bill, nós entregamos três novas UBS’s: Jardim Alvorada, Marajoara e Nossa Senhora de Fátima. Elas foram construídas nestas regiões após vários estudos que fizemos, levando em conta a demanda por atendimento e com objetivo de desafogar o nosso hospital. Mas não ficamos apenas nestas três. O nosso setor de fisioterapia foi totalmente reformado e equipado com novos e modernos aparelhos, aumentando a capacidade de atendimento. Entregamos também a Academia da Saúde no Alvorada, a nova Farmácia Central e de Alto Custo, na região central, e garantimos a maior reforma e ampliação da história do nosso hospital e maternidade. A maternidade, inclusive, eu considero a principal etapa deste trabalho. Hoje, temos uma nova maternidade à disposição das gestantes.

JNO: A criação do Cartão +Saúde também é um marco da sua gestão à frente da secretaria, não é mesmo?

COCATO: Também vejo assim. Porque Nova Odessa propôs, de forma inédita na região, uma nova forma de gestão na Saúde com a criação do Cartão +Saúde. Isso garantiu um grande controle, porque o serviço de Saúde oferecido não é ruim. O problema estava na forma como ele vinha sendo ‘consumido’. Quando assumi a secretaria, tínhamos 200 mil prontuários. Esse foi o nosso sinal de alerta, de que era hora de fazer alguma coisa. Claro que existiam prontuários em duplicidade dos nossos moradores, mas muitos pacientes eram de outras cidades. Quem merece atendimento de qualidade, seja nos postos, odontologia e ambulatório e medicamentos disponíveis a toda hora é o morador de Nova Odessa. Aqui nunca faltou recurso, muito pelo contrário. O prefeito Bill sempre investiu, em todos os anos, a maior parcela do orçamento na Saúde. O problema é que recebíamos muita gente de fora. E com a criação do Cartão +Saúde, esse problema foi solucionado e a população de Nova Odessa passou a receber um atendimento ainda melhor e mais ágil.

JNO: Secretário, o mundo segue enfrentando a maior pandemia da história. Em São Paulo, passamos dos 45 mil mortos e, no Brasil, nos aproximamos de 200 mil vidas vencidas pela Covid-19. Apesar de todas as dificuldades, Nova Odessa se destacou entre os municípios da RMC no enfrentamento à doença. Como foi essa luta?

COCATO: No começo da pandemia, adotamos medidas que norteariam nossas ações no combate ao novo coronavírus. Por determinação do prefeito Bill, instituímos um comitê estratégico composto por médicos e enfermeiros para o planejamento de ações preventivas e respostas rápidas a eventuais casos e o Gabinete de Crise, formado por todos os secretários e coordenado pelo próprio prefeito. A partir daí, criamos um protocolo geral, com determinações, orientações e recomendações para o enfrentamento, sempre com o importante apoio da nossa equipe técnica. Tomamos decisões duras, mas necessárias para evitar a disseminação do vírus, como o cancelamento de consultas, cirurgias e exames agendados na rede e suspensão das visitas no nosso Hospital Municipal. A prefeitura acompanhou os decretos do Governo do Estado, restringindo o funcionamento do comércio às atividades consideradas essenciais e exigindo o uso obrigatório de máscaras de proteção. Tudo isso sob orientação permanente de nossos profissionais. Essas medidas e a criação da Unidade Respiratória foram fundamentais, sem dúvida, para o enfrentamento da pandemia de forma organizada e eficiente.

JNO: Como secretário de Saúde, você sempre esteve muito exposto e, da mesma forma que recebeu elogios, também foi criticado e atacado, até porque a sua pasta é o ‘calcanhar de Aquiles’ de toda administração, inegavelmente. Como você lidou com isso ao longo destes quatros anos?

COCATO: Em primeiro lugar, como homem público, sempre soube lidar com as críticas, até porque as críticas construtivas me ajudaram a melhorar a gestão da Secretaria de Saúde. O que não aceito são as críticas e os ataques pessoais, que não foram poucos, porém, é preciso saber superar. E a superação sempre fez parte do meu trabalho. Posso até mesmo relembrar pra você o episódio do meu afastamento como secretário, isso em 2018. Eu fui muito humilhado com tudo isso que aconteceu, muitas pessoas se aproveitaram da situação para espalhar mentiras a meu respeito. Fui condenado antecipadamente por coisas que não fiz. Estou no governo desde 2013 e nunca fiz nada irregular. A decisão unânime do Tribunal de Justiça, que me reconduziu ao cargo, e depois a decisão da juíza Michelli Changman, devolveram a minha honra e a minha dignidade. No final, a Justiça foi feita.

JNO: Sua missão, como você mesmo classificou, termina agora no dia 31. Deu para colocar em prática tudo aquilo que você almejou?

COCATO: Sempre soube dos desafios que a Saúde nos apresenta no dia a dia, mas Nova Odessa sempre esteve um passo à frente em relação aos demais municípios da região. E eu fico particularmente feliz por deixar a Saúde de Nova Odessa entre as cinco mais bem avaliadas de toda a Região Metropolitana de Campinas, ficando atrás apenas de Indaiatuba e Jaguariúna, que são cidades com um orçamento muito maior que o nosso, e a mais bem avaliada da microrregião. Esse resultado é reflexo do trabalho que estamos desenvolvendo desde 2016. Se o trabalho é bem feito e feito com planejamento, a população reconhece. Claro que as melhorias precisam ser constantes, mas tenho certeza também que vamos deixar um legado para Nova Odessa. Os investimentos foram feitos e hoje já podemos perceber uma melhora significativa. Nossa população vê o que está sendo feito e percebe que a Saúde de Nova Odessa hoje vive um outro momento. Mas como eu disse, na Saúde os desafios são diários. E eu não venci esses desafios sozinhos, muito pelo contrário. Agradeço a Deus, em primeiro lugar, por me dar saúde física e mental para o embate, e a minha família, por compreender a minha ausência de casa, uma vez que a jornada sempre foi muito extensa. Agradeço também a equipe técnica da Secretaria de Saúde, que sempre esteve ao meu lado durante a minha gestão, e a toda equipe do prefeito Bill. E é claro, agradeço ao prefeito Bill pela confiança e pela oportunidade. Cresci não apenas como profissional, mas também como pessoa nestes anos todos.