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Mineirinho confirma retirada irregular de sucatas do viveiro

“Eles venderam, eu não sei se eles venderam ou se eles trocaram em serviços”, afirmou o vice-prefeito

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02O vice-prefeito Alessandro Miranda, o Mineirinho, confirmou a retirada irregular de sucatas e bens inservíveis da área do viveiro municipal que fica no bairro Guarapari. Em entrevista à TV WA Notícias, quando questionado por uma internauta sobre o destino dado aos materiais que estavam no local, o vice-prefeito primeiro afirmou que comissionados “venderam” os produtos e depois disse que não sabia se eles tinham vendido ou “trocado em serviço”.
Mineirinho fez a afirmação poucos dias depois da técnica de enfermagem Simone Alcântara ter divulgado em suas redes sociais que protocolou uma representação junto ao Ministério Público denunciando o prefeito Cláudio José Schooder, o Leitinho (PSD), pelo crime de peculato pela venda das sucatas sem o devido processo licitatório.
“Eu procurei o Ministério Público por conta das denúncias que recebi de pessoas que tem acesso ao viveiro, ou seja, servidores públicos. E tudo o que tem ali (no viveiro), por mais que seja sucata, tem um valor comercial. E o que eu peço é que o MP veja de que forma isso foi feito, qual critério foi usado para se desfazer desses materiais. Enfim, se houve algum cuidado, qual valor foi arrecadado? Se foi doado, para quem foi e para onde foi? Se foi trocado, por qual serviço ou material foi? Eu peço, como munícipe, já que tenho o direito de saber”, explicou Simone.
Poucos dias após a denúncia da técnica de enfermagem foi registrado o incêndio no viveiro que, segundo a prefeitura, pode ter sido criminoso.
Na entrevista, concedida à TV web na última segunda-feira, Mineirinho critica a gestão do PSDB que teria transformado o viveiro em um “lixão a céu aberto”. “Inclusive esse ginásio que foi retorcido jogaram tudo lá, muita sucata, os vizinhos do Guarapari estavam incomodados, aparecendo muita cobra”, explicou o vice-prefeito para justificar o que ele chamou de “força-tarefa” para limpeza do local.
O “ginásio” ao qual Mineirinho se referiu é a cobertura da quadra da escola municipal Simão Welsh, que foi arrancada por um vendaval no início de janeiro de 2013.
O vice-prefeito afirmou que a secretária de Obras, Miriam Lara Neto, e o secretário-adjunto de Meio Ambiente, Bruno Alessandro Crema, foram os responsáveis pela “força-tarefa” de limpeza, que foi realizada depois de reclamações de vizinhos.
“Você vai lá hoje no Guarapari e não vê mais aquele lixão que tava (sic) lá a céu aberto. Está organizado. Pelo que eu conversei com o Bruno, eram bens inservivos (sic) não tinha plaquinha de patrimônio, não tinha nada. E eles fizeram um trabalho lá de … eles venderam, eu não sei se eles venderam ou se eles trocaram em serviços . Eu não sei o que foi feito lá, mas o Bruno e a Miriam eles estão bem a par, são duas pessoas muito qualificadas. E se você for lá hoje, você vai ver que melhorou muito o Guarapari e os vizinhos lá estão contentes”, explicou o vice-prefeito.

INADVERTIDAMENTE
A reportagem questionou a Prefeitura sobre as declarações do vice-prefeito e, em nota, a Administração disse que Mineirinho reviu o vídeo da entrevista e, mesmo tendo repetido inadvertidamente os termos da pergunta no início de sua resposta, “não afirmou em nenhum momento que houve venda de material inservível, conforme deixou claro ao longo de sua resposta, principalmente no último trecho de sua fala”.
A prefeitura alega que Mineirinho referia-se, na verdade, às ações de limpeza e manutenção no local, devido ao acúmulo de materiais de muitos anos na área do Viveiro.
A reportagem também questionou o Ministério Público sobre a denúncia feita por Simone, mas não houve resposta até o fechamento da edição.