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Mesmo com estiagem, nível das represas de Nova Odessa continua favorável

Trabalho de desassoreamento feito anos atrás garante ‘fôlego’ no abastecimento do município

Os moradores de Nova Odessa e região têm convivido este ano com uma quantidade de chuvas abaixo do esperado, mesmo para o período mais seco e que inclui o Inverno. Mas independente da estiagem, o nível de armazenamento de água bruta nas represas que abastecem o município está favorável, com aproximadamente 85% da capacidade total. A situação se deve ao trabalho de desassoreamento feito na maioria das represas na época de escassez hídrica vivida entre os anos 2014 e 2015.

Os sistemas Lopes e Recanto, que abastecem toda a cidade, estão armazenando atualmente mais de 2,1 milhões de metros cúbicos (m³) de água bruta, ou seja, 2,1 bilhões de litros. A quantia armazenada é suficiente para o abastecimento ininterrupto por 120 dias de toda a população, em caso de um improvável período de mais quatro meses sem a ocorrência de qualquer tipo de chuva.

A Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), responsável pelos serviços de água e esgoto, monitora semanalmente os reservatórios. “O nível das represas está favorável e sob controle, mesmo chovendo tão pouco nos últimos meses, abaixo do que é esperado para o período mais seco do ano”, explica o diretor-presidente da Coden, Ricardo Ongaro.

O percentual hoje é praticamente o mesmo registrado nesta mesma data no ano passado. “São vários os fatores que nos levam a ter uma relativa tranquilidade no momento com relação ao abastecimento. Mas o acompanhamento é permanente e sempre realizamos campanhas de consumo consciente, para a população evitar o desperdício de água”, acrescenta Ongaro.

Com o desassoreamento feito pela Prefeitura e a Coden em três das cinco represas na época da histórica escassez hídrica, a capacidade total de armazenamento de água bruta foi aumentada em aproximadamente 10%, passando de 2,2 milhões de m³ (2,2 bilhões de litros) para 2,417 milhões de m³ (2,4 bilhões de litros). Somente na Represa Recanto 2, uma das maiores, o aumento foi de 20%.

AÇÕES

O município tem realizado nos últimos anos ações de recuperação e preservação de nascentes, assim como plantios e o aumento da cobertura vegetal no entorno dos mananciais, o que aumenta a recarga do lençol freático. Outros fatores são as constantes trocas de redes, o controle de pressões e a setorização, que reduziram as perdas de água tratada na rede, de 43% em 2012, para atuais 25%.

Presidente do Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza destaca o trabalho na área. “Nos últimos anos foram investidos mais de 35 milhões de reais para garantir a qualidade do abastecimento atual e garantindo o do futuro”, ressalta. Bill também é presidente do Consimares (Consórcio Intermunicipal de Manejo de Resíduos Sólidos).

O município ainda prevê a construção de mais uma Estação de Tratamento de Água, a ETA Santo Ângelo, na região conhecida como Pós-Anhanguera. “Dessa maneira estamos ampliando a captação e a disponibilidade hídrica do município, garantindo água para o crescimento populacional”, completa Bill. Orçada em R$ 2,8 milhões, a obra construirá o tanque de tratamento, filtros, floculadores e decantadores.

A capacidade da ETA Santo Ângelo é para tratar 3,6 milhões de litros de água por dia, beneficiando moradores de 11 bairros. Isso porque, após a sua implantação, a cidade será setorizada em duas partes, divididas pela linha férrea, atendendo melhor a atual população e garantindo a disponibilidade de água para 30 mil futuros moradores. A captação de água para tratamento na nova estação será na Represa Santo Ângelo.