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Médicos da Unidade Respiratória fazem ‘greve branca’

Descontentes com atraso nos salários e valor pago por cada plantão, profissionais terceirizados diminuíram o ritmo de atendimento ao longo desta quarta-feira; prefeitura nega prejuízo aos usuários

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Os médicos terceirizados que atuam na UR (Unidade Respiratória) do Jardim Alvorada promoveram ao longo desta quarta-feira a chamada “greve branca”, reduzindo o ritmo de atendimento aos moradores que foram até o espaço criado pela Secretaria de Saúde para receber pacientes com sintomas gripais e casos confirmados de Covid-19. A reportagem do JNO apurou que o descontentamento dos profissionais se deve ao atraso nos salários e também por conta do valor pago por cada plantão de 12h.

Apesar de negar que o movimento tenha ocorrido ou qualquer prejuízo aos usuários da rede pública, a Prefeitura confirmou que pacientes abandonaram a UR sem atendimento por conta do “tempo maior de espera”, o que chama a atenção, já que o dia na unidade foi classificado pela Administração como “bastante tranquilo”.

O JNO apurou que os médicos terceirizados deveriam ter recebido os salários no último dia 20, o que não aconteceu, motivando a “operação tartaruga”. Os profissionais reclamam que estão recebendo R$ 1.200 por cada plantão de 12h, quando o acordado seria R$ 1.400, o que foi confirmado pela prefeitura. “Eles (médicos) estão reivindicando um reajuste nos valores do plantão, através de um realinhamento de preços do contrato com a empresa fornecedora dos serviços médicos, o que ainda estamos tratando administrativamente”, informou, em nota, a Prefeitura.

Outro trecho da nota encaminhada pela Administração também confirma o atraso no pagamento dos salários. “O pagamento para a empresa (terceirizada) costuma sair na última semana do mês, geralmente em torno do dia 25. Neste caso, deve sair até sexta-feira (amanhã)”, justificou.

 

GREVE BRANCA

Sobre a redução no ritmo de atendimento apurado pela reportagem, a Secretaria de Saúde garantiu que o os casos de urgência e emergência não foram interrompidos. Segundo a pasta, houve um período de maior tempo de espera de manhã e dois pacientes que não quiserem esperar foram chamados logo em seguida por telefone e voltaram à UR, sendo atendidos posteriormente.

Apesar da demora no atendimento – que levou pacientes a abandonar a unidade -, a secretária classificou o dia na UR como “bastante tranquilo”. “Todas as medidas estão sendo tomadas para apurar e resolver a situação com os médicos. Esperamos ter um posicionamento aos profissionais já nos próximos dias”, informou a prefeitura, deixando o claro a existência do impasse entre os profissionais e a Administração.