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Marketing social: quando as empresas enxergam o terceiro setor

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Acredito que hoje, mais que nunca, estamos vendo uma grande movimentação das empresas para criar ações solidárias em prol da sociedade, que com a chegada da pandemia, sofre ainda mais com situações diversas de vulnerabilidade.

E onde entra o terceiro setor?

As organizações do terceiro setor, historicamente, começaram a existir no Brasil no período do regime militar, em meados da década de 80, acompanhando um padrão característico da sociedade brasileira, baseada em ideários de autonomia em relação ao Estado, em que a sociedade civil por si só, tende a confundir-se com oposição política.

Conhecida antigamente como ONG (Organização Não Governamental) e hoje como OSC (Organização da Sociedade Civil – termo adquirido pelo novo marco regulatório em 2014), essas organizações atuam em variadas causas e ações diferentes em toda sociedade, a fim de sanar prerrogativas e problemas específicos, e que muitas vezes, são confundidas com um setor do governo, onde o mesmo acaba não se fazendo presente.

Por definição, elas são entidades de natureza privada sem fins lucrativos, subsidiadas com capital nacional de governo, empresas e pessoas físicas, e são juridicamente caracterizadas como associações ou fundações.

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) revela que atualmente essas organizações têm buscado educar, formar e capacitar politicamente os indivíduos. Isso demonstra uma atuação além das ações solidárias, que realmente contribuem numa comunidade.

Está na hora das empresas se unirem com o terceiro setor

Com isso, vemos muitas empresas se aliando e contribuindo com essas entidades, que facilitam o processo como distribuidores, pois já tem o mapeamento das famílias em dificuldades, bem como suas reais necessidades. Ou seja, elas passam a ter um papel e uma responsabilidade muito grande, pois são o grande filtro de tudo que se passa em questão da causa que atuam.

É importante lembrar que não bastasse toda burocracia que enfrentam, mesmo tendo somente voluntários atuantes em sua maioria, as entidades ainda recebem fiscalização constante de vários órgãos públicos, quando subsidiadas, e precisam apresentar inúmeros documentos e registros para continuarem o seu funcionamento, além de ter uma gestão extremamente transparente do trabalho e dos recursos, que é muito necessário para sua credibilidade.

Um exemplo muito claro é a atuação de uma associação de proteção animal dentro de uma cidade. Para tudo que se refere sobre esse determinado tema, ela vira uma referência para que governo, empresas e famílias, possam legislar sobre a saúde pública, por todos os fatores que envolvem os animais nas ruas. E com isso, facilita um trabalho de parceria de uma empresa que procura ajudar a causa animal.

Hoje vemos entidades de inúmeros setores e segmentos, que realmente estão fazendo a diferença de diversas formas. Muitas delas ajudam a fazer novas leis, cobrar o poder público, apoiar o trabalho da imprensa e muito mais.

Em paralelo a isso, o marketing social está começando a ficar muito forte nas empresas. Seja por questões de branding, de alinhamento ideológico ou da cultura da companhia.

Assim, as empresas também começam a desempenhar um papel muito relevante na sociedade, além da simples venda do seu produto ou serviço, pois elas se aliam a uma causa. E segundo estudo da Accenture, 83% dos consumidores brasileiros preferem adquirir produtos e serviços de organizações com posicionamento ativo em relação a causas alinhadas a seus valores e crenças pessoais.

Portanto, quando juntas, empresas e entidades podem literalmente, não só mudar, mas transformar o mundo. E é isso que mais precisamos.