Após pressão de vereadores e políticos da região, o Governo do Estado recuou e anunciou, na quinta-feira, a manutenção do atendimento pediátrico no Hospital Estadual de Sumaré. A assistência havia sido suspensa após a divulgação do corte de 6,5% do orçamento estadual destinado à unidade. A Secretaria de Estado da Saúde informou, em nota encaminhada à redação do JNO, que a decisão foi tomada “devido à necessidade de manutenção deste atendimento para a região, garantindo a perenidade do atendimento pediátrico de enfermaria, UTI, atendimentos referenciados e cirurgias de urgência”. Um manifesto redigido pela Frente Parlamentar Regional Em Defesa do Hospital Estadual de Sumaré (HES), na quinta-feira, solicitou ao governador do Estado de São Paulo, João Doria, que mantivesse os investimentos no HES, para que a população não seja prejudicada por falta de serviços médicos hospitalares.
A frente, criada com representantes das Câmaras de 18 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas), pediu que fossem revogados os efeitos da Resolução nº 1, de 4 de janeiro de 2021, da Secretaria de Estado da Saúde, que afetava os repasses ao Hospital Estadual. O presidente da Câmara de Nova Odessa, Elvis Ricardo Maurício Garcia, o Pelé (PSDB), também assinou o documento. “Entendemos que estamos vivendo uma pandemia, mas o HES é um hospital de referência e não podemos ficar sem o atendimento prestado às cidades da região”, afirmou.
Durante a semana, Pelé visitou os presidentes das Câmaras de Sumaré, Hortolândia e Santa Bárbara d’Oeste para discutir ações conjuntas que poderiam ser adotadas contra o fechamento das alas do HES. “Tirar dinheiro de uma área da Saúde para investir em outra é ‘cobertor curto’, que descobre o pé pra cobrir a cabeça, mas o corpo continua com frio. Fico muito feliz que o governador tenha revisto seus atos e entendido que seria um grande prejuízo aos pacientes da nossa região perder este atendimento”, afirmou Pelé. Por enquanto, apenas a pediatria retomou os atendimentos graças ao anúncio do repasse de R$ 1,6 milhão por parte do Governo do Estado. “Agora é lutar para que a oftalmologia e os exames suspensos também voltem a ser realizados. Precisamos de ampliação dos serviços públicos de saúde”, concluiu Pelé.
ENTENDA O CASO
O Governo do Estado publicou a Resolução nº 1, de 4 de janeiro de 2021, com restrições orçamentárias relacionadas a convênios, prevendo redução de 12% na subvenção para a área da saúde em todo o Estado. Informações do Sinsaúde – Regional Campinas, sindicato que representa a categoria, citadas no documento elaborado pelos vereadores, afirmam que os cortes significariam uma redução de pelo menos 7 mil exames, 17 mil consultas e 4,5 mil cirurgias no período de um ano.
Com o corte de recursos, o HES suspendeu o atendimento pediátrico de enfermaria, cirurgias, procedimentos oftalmológicos Divulgação / JNO e exames como ressonância, tomografia e endoscopia. A decisão gerou manifestações de políticos da região para pressionar o Estado a recuar da decisão. Fazem parte da Frente Parlamentar Regional, de caráter suprapartidário, o presidente da Câmara de Sumaré, Willian Souza (PT), o presidente da Câmara de Hortolândia, Paulo Pereira Filho (PL), o presidente da Câmara de Nova Odessa, Elvis Ricardo Maurício da Silva, o Pelé, (PSDB), o presidente da Câmara de Holambra, Mauro Sérgio de Oliveira (PTB), o presidente da Câmara de Pedreira, Dr. Zé Carlos (PSDB), o presidente da Câmara de Morungaba, Tomás Federicci (DEM), o presidente da Câmara de Jaguariúna, Afonso Silva (Cidadania), o presidente da Câmara de Santo Antônio de Posse, Edson Gonçalves Santana (PV), e os vereadores Professora Juliana (PT – Americana), Zezé da Saúde (PTB – Artur Nogueira), Guida Calixto (PT – Campinas), Paolla Miguel (PT – Campinas), Cecílio Santos (PT – Campinas), Professora Cristiane Paes (PT – Cosmópolis), Clodoaldo Santos da Silva (MDB – Hortolândia), Dr. Ulisses (PSD – Itatiba), Professor Adriel (PT – Monte Mor), Tiguila Paes (Cidadania – Paulínia), Esther Moraes (PL – Santa Bárbara D’Oeste), João Marcos Bazani (PV – Santo Antônio de Posse), Professor Marcelo Diversidade (Mandato coletivo PT – Valinhos) e Rodrigo Paixão (PDT – Vinhedo).