A estudante de Obstetrícia de Nova Odessa, Vitória Gabriela Picolo, de 22 anos, passou por uma experiência, no mínimo, inusitada nos últimos dias. Ela está no 4°ano de Obstetrícia na USP (Universidade de São Paulo) e, desde o início do curso, já sabia que queria ser obstetriz, mas todos os ideais de primeiro parto foram alterados no último dia 14, quando ela realizou e acompanhou o nascimento de Júlia, filha da Eduarda, prima e amiga de infância, de urgência e de forma totalmente improvisada, dentro do carro.
A pequena Júlia não quis esperar chegar ao hospital e nasceu de parto normal, por volta das 19h do dia 14 de janeiro, no carro dos pais, há cerca de cinco minutos do hospital, em Araraquara. “Ela não sentiu dor a semana toda, uma ou outra contração de treinamento. Quando acordamos na sexta, ela já sentia que seria o dia. As dores começaram por volta das 14h e ainda eram muito desregulares. Duda optou por esperar em casa. Ela não tinha saída de tampão mucoso e a bolsa ainda estava íntegra. As dores se intensificaram por volta das 17h e ela se manteve muito calma”, contou Vitória em suas redes sociais.
E o que parecia um trabalho de parto natural calmo, com tempo para todos os procedimentos, mudou em meia hora. “Por volta das 17h30, quando o companheiro dela chegou, o tampão saiu. Avisamos a família e, por volta das 18h30, quando a mãe dela chegou, a bolsa estourou”, relata Vitória, ainda emocionada.
Até este momento, a futura obstetriz estava com tudo sob controle. A maternidade ficava a cerca de 10 minutos de onde estavam e tudo caminhava bem. Mas como a natureza tem suas surpresas reservadas, bastou uma contração pra bebê “coroar”. Mais uma contração, no carro, e o jeito foi parar o veículo. Já não daria tempo de chegar a lugar nenhum.
“Apesar de ter visto muitos partos, ter toda a teoria de como deve ser realizado, aquela era a minha primeira vez fazendo, de fato, aquilo. Sem luva, descalça e num banco reclinável, ajudei Julinha a chegar ao mundo. Ela nasceu como ela bem queria, na hora que ela bem quis e que nem sabemos exatamente quando”, conta a futura obstetriz. “Aquecemos com touquinha e toalhas secas e chegamos ao hospital 5 minutos após o nascimento”, completou.
“Duda e Julinha fizeram tudo, foram extraordinárias, me mostraram de um jeito incrível que mulheres sabem parir e bebês sabem como nascer! Fizeram a minha ideia de primeiro parto perfeito cair por terra, já que nem nas loucuras de filme eu acreditava que partos evoluíam tão rápido e aconteciam dessa maneira dentro do carro”, finalizou Vitória.