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Enquanto se espera a vacina contra a Covid-19, é importante colocar as demais em dia

Semelhante ao coronavírus, o sarampo é transmitido quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas

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O mundo espera pela vacina contra a Covid-19. Nunca populações inteiras desejaram tanto a imunização para uma doença como agora. Enquanto se aguarda, é importante colocar em dia as demais vacinas preconizadas pelo Ministério da Saúde. A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que além de crianças de 6 meses a 1,3 ano, atualmente foca adultos que não receberam as três doses na infância, foi prorrogada até 31 de agosto em função da baixa cobertura.

O sarampo preocupa porque é uma doença infecciosa altamente contagiosa que pode evoluir para forma grave e até fatal, explica Susiane Scherrer, pediatra e coordenadora do Pronto Atendimento Infantil do Hospital São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida. “Em 2018, o Brasil perdeu o certificado de eliminação do sarampo devido ao surgimento de casos em pessoas não protegidas, que tiveram contato com quem contraiu a doença no exterior. Isto nos leva a pensar que, se tivéssemos feito nossa parte, ou seja, se a população estivesse vacinada, seriam apenas casos importados. A campanha de vacinação do sarampo para adultos, que agora se estendeu até 31 de agosto, vem para tentar sanar este problema”, afirma.

Semelhante ao coronavírus, o sarampo é transmitido quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. Por isso, é tão fácil a contaminação. Mesmo ainda em fase de distanciamento social, a pediatra orienta os pais a levarem seus filhos às unidades de saúde, conforme o cronograma da carteirinha de vacinação.

Os adultos que perderam suas carteirinhas e não sabem se, na infância, receberam ou não as três doses da tríplice viral, que protege contra o sarampo e também caxumba e rubéola, igualmente devem procurar uma unidade de saúde. “Se não foram vacinados ou se perderam o cartão, a conduta é a imunização: para quem tem de 1 a 29 anos são necessárias duas doses; de 30 a 59 anos, apenas uma dose”, detalha a médica. Inclusive, com o objetivo de conscientizar a população, a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Unicef e a Associação Brasileira de Imunologia se uniram na campanha “Vacinação em dia, mesmo na pandemia”.

“Sabemos que interrupções nas vacinações de rotina podem levar a consequências graves e retrocesso em várias conquistas que tivemos com as vacinações. Corremos o risco de surtos com doenças imunopreveníveis levando até à mortalidade. Diante disso, mesmo com a pandemia e o distanciamento social podemos e devemos manter a vacinação com segurança”, frisa a pediatra, que também é plantonista na UTI Neonatal do Hospital São Francisco.

A pandemia não deve ser motivo para deixar de receber a vacina. Há como ir a uma unidade de saúde e ser imunizado com segurança, frisa Susiane. Além de usar máscara, basta adotar alguns cuidados extras. “Chegando ao serviço de saúde, se tiver que aguardar, mantenha distância de pelo menos 2 metros de outras pessoas. Evite ao máximo tocar em superfícies. Se ocorrer, higienize as mãos com água e sabão ou álcool gel 70% o mais rápido que puder. Se você teve ou apresentou sintomas gripais ou febre nos últimos 14 dias ou teve contato com pessoas com estes sintomas ou Covid positivo, adie sua vacinação até completar 14 dias de isolamento”, orienta a médica.