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Empresário contesta laudo: ‘não existe área nesse valor em Nova Odessa’

‘Nem em Americana, na avenida Brasil ou nas proximidades do Colégio Dom Bosco, existe área com o valor informado neste laudo’

COLETIVA: o vereador Leitinho (PDT), afirmou que houve maracutaia” e fala em até “formação de quadrilha” na permuta.

O empresário José Messias Sposito, representante da empresa Braspark Administradora de Imóveis, afirmou ontem ao Jornal de Nova Odessa que não há, no município, área com valor comercial apontado no laudo pericial anexado à ação civil pública que questiona a permuta entre uma área pública e o imóvel onde está instalado o Clube da Melhor Idade.
“Estamos contestando o laudo judicialmente. Não existe área com esse valor de mercado em Nova Odessa. O terreno vizinho da área da avenida Ampélio Gazzetta que foi permutada está sendo vendido a R$ 280 o metro quadrado. Além disso, vamos acionar judicialmente quem falou em ‘maracutaia’ e outras acusações sem fundamento”, afirmou.
“Nem em Americana, na avenida Brasil ou nas proximidades do Colégio Dom Bosco, existe área com o valor informado neste laudo”, completou.
Sposito faz uma referência clara ao vereador Claudio José Schooder, o Leitinho (PDT), que na segunda-feira, em coletiva de imprensa, afirmou que houve “maracutaia” e fala em até “formação de quadrilha” no caso envolvendo a permuta.
“Sou contra as maracutaias que estão fazendo e usando os idosos”, afirma Leitinho, que continua com afirmações como “só estão vendo os bens próprios”.
Na mesma linha, questionada se alguém foi beneficiada com alguma ilicitude, a vereadora Carol Moura (PTN) afirma que “alguém sim”, mas não explica se foi algum agente político, empresário ou perito. “Nós não sabemos quem está ganhando o quê”, afirma Carol. Leitinho completa: “alguém levou uma vantagem”, dispara.
Questionado sobre a responsabilidade dos agentes políticos envolvidos, Leitinho fala em “formação de quadrilha” e o também vereador Antonio Alves Teixeira (PT) afirma que existem “oito réus” no processo, “sendo um prefeito, dois empresários e cinco vereadores”.
As afirmações foram feitas pelos três vereadores que realizaram uma coletiva de imprensa na segunda-feira para apresentar o parecer do perito em avaliações imobiliárias (Urbana e Rural), Ambiental e Patrimonial, Maurício Guartieri de Oliveira.
O parecer foi um pedido da Justiça de Nova Odessa para avaliar o valor de mercado do terreno na avenida Ampélio Gazzetta, de propriedade da Prefeitura de Nova Odessa, e também do prédio do antigo Clube Lítero, que hoje abriga o Clube da Melhor Idade, que pertence à empresa Braspark Administradora de Imóveis, alvos da permuta.
A permuta da área pública com o imóvel foi realizada em agosto de 2015. A ação na Justiça é movida por Leitinho e professor Antonio. O caso ainda não foi julgado. Para os vereadores autores da ação, o município perdeu cerca de R$ 5,7 milhões na permuta.
Por outro lado, a Prefeitura informa que contratou a avaliação dos imóveis por um processo licitatório. O laudo foi feito também por um perito que atua em ações judiciais.
“Caso seja comprovado que houve algum erro no processo e que a administração foi induzida ao erro, a prefeitura está disposta a acionar o responsável e revogar a permuta, devolvendo o imóvel do Clube da Melhor Idade aos antigos proprietários e retomando a área pública”.
Quanto às declarações dos vereadores de oposição, o secretário de Governo, Wagner Morais lembrou que os dois laudos deverão passar pela avaliação da Justiça. “Apenas esclarecemos que o que aconteceu no Clube na ocasião citada foi a apresentação do projeto que seria protocolado na Câmara logo depois e isso ficou muito claro a todos que estavam no evento. Quanto às palavras de baixo nível usadas pelos vereadores, vale lembrar que nossa administração nunca precisou realizar ‘maracutaia’ ou coisa semelhante. Quem fez isso e está estampado em todos os jornais foi o governo do PT. Nossa escola não é essa”, disse.