O secretário de Saúde, Nivaldo Luis Rodrigues, expulsou os médicos que atendiam no plantão noturno da Unidade Respiratória na última quarta-feira, dia 28. Ele chegou à unidade no meio da noite, acompanhado pela Guarda Civil Municipal, e comunicou aos dois médicos que estavam no local que assumiria o plantão – já que ele também é médico clínico geral.
Isso aconteceu depois de um dia de tumulto no atendimento de pacientes com Covid-19 no município. Na quarta-feira, durante o dia, os médicos fizeram uma “greve branca” na Unidade Respiratória para reclamar os salários atrasados e o valor pago pelos plantões.
Apesar de negar que o movimento tenha ocorrido ou qualquer prejuízo aos usuários da rede pública, a Prefeitura confirmou que pacientes abandonaram a UR sem atendimento por conta do “tempo maior de espera”, o que chamou a atenção, já que o dia na unidade foi classificado pela Administração como “bastante tranquilo”.
O JNO apurou que os médicos terceirizados deveriam ter recebido os salários no último dia 20, o que não aconteceu, motivando a “operação tartaruga”. Os profissionais reclamam que estão recebendo R$ 1.200 por cada plantão de 12 horas, quando o acordado seria R$ 1.400, o que foi confirmado pela prefeitura. A confusão motivou requerimento protocolado pelo vereador Sílvio Natal, o Cabo Natal (Avante), na Câmara de Nova Odessa (leia reportagem abaixo).
A reportagem do JNO apurou que, na quarta-feira, o secretário de Saúde chegou à Unidade Respiratória por volta das 21h e ali permaneceu, tendo solicitado aos pacientes que fossem atendidos apenas por ele. Também ordenou aos médicos que estavam no plantão que deixassem a unidade. De acordo com as informações obtidas pelo jornal, havia cinco pacientes aguardando atendimento.
A situação causou constrangimento aos profissionais que estavam na unidade.
Na última sexta-feira, dia 23, último balanço divulgado pela prefeitura com os números de casos de Covid-19 na cidade, haviam quatro pacientes internados na Unidade Respiratória.
Questionada sobre o fato, a Prefeitura de Nova Odessa negou que o secretário tenha expulsado os médicos. Disse que Nivaldo foi chamado até o local – mas não explicou por quem – e passou a atender pacientes que aguardavam já há pelo menos três horas por uma consulta, “permanecendo na unidade até a manhã seguinte”.
O JNO também questionou a prefeitura sobre a regularização do pagamento dos médicos, que estava atrasado. A prefeitura informou que o pagamento foi realizado.