Comovido com a exposição da família de seu ex-assessor e amigo pessoal, Divair Moreira, depois que os vereadores Claudio José Schooder, o Leitinho; Antonio Alves Teixeira, o Professor Antonio; e Tiago Lobo publicaram um vídeo nas redes sociais no dia 29 de setembro, o prefeito Benjamim Bill Vieira de Souza reembolsou a Prefeitura de Nova Odessa, na última sexta-feira, em relação ao valor gasto pelo município com a internação do ex-servidor em um hospital particular de Americana, depois de esperar por horas (e sem sucesso) uma vaga junto à Cross (Central de Regulação dos Serviços da Saúde). Divair Moreira faleceu em abril de 2015.
Com a devolução do dinheiro – parte à vista -, a defesa de Bill pede a suspensão do processo por seis meses (já que o restante será pago em seis parcelas corrigidas) e, consequentemente, o fim da ação popular movida por Leitinho, o que deve ser aceito pela Justiça. Pelo WhatsApp, o prefeito – que está participando de congresso sobre resíduos sólidos na Malásia – ressaltou que seu objetivo é “fazer com que a família do Divair Moreira tenha paz e sua memória seja respeitada, acima de tudo”. “Sempre disse e repito: o Divair valia muito mais que o dinheiro gasto com a internação. Não só para mim, mas para Nova Odessa, por tudo o que ele fez pela cidade. Tanto que fiz questão de homenageá-lo, dando o seu nome ao nosso teatro municipal. O que a prefeitura fez pelo Divair, fez por muitos outros pacientes em casos extremos como o dele, de vida ou morte mesmo, e sempre fará. Não houve qualquer irregularidade. Mas o que não posso mais admitir é a exposição da sua família e da sua memória. Isso me machuca muito, já que eu tinha o Divair como um verdadeiro irmão. Então, é como se estivesse expondo a minha família também”, afirmou Bill.
MÃE QUASE CENTENÁRIA
Dias após a publicação do vídeo feito pelos três vereadores, a família de Divair Moreira veio à público, também pelas redes sociais, repudiar a atitude e pedir respeito à memória do ex-assessor do prefeito, um dos primeiros músicos da Orquestra Sinfônica Municipal Professor Gunars Tiss. “Minha mãe tem quase 100 anos e ficou muito abalada quando tomou conhecimento desse vídeo. Por que estão fazendo isso? Só porque meu irmão era negro, pobre e pastor?”, indagou Jonas Moreira, irmão de Divair, no vídeo publicado pela família e que teve mais de 7 mil visualizações.
EMBARGOS
Paralelamente, o advogado Demetrius Adalberto Gomes, que representa Bill nesta ação, protocolou embargos de declaração na ação popular contra a decisão da juíza Eliane Cássia da Cruz, que apontou falsidade material de um documento. “Destaca-se que os referidos documentos não foram juntados pelo requerido (Bill), mas, sim, pelo Ministério Público. Assim, como pode ser atribuído falta de lealdade processual ao requerido, se não foi ele o responsável pela “juntada do documento aos autos”. Corroborando, o requerido também não se utilizou de uma versão incompleta do documento, já que, reiterando, a juntada foi realizada pelo representante do Ministério Público (…) Desta forma, com todo respeito, demonstrada a contradição na decisão, o seu reexame se faz necessário, para que, ao final, seja afastada a declaração de falsidade material dos documentos”, traz trecho do embargo.